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Esses golpistas não passam de dráculas de Madureira

O Boca de Ouro morreu. O Brigadeiro idem. Mas, Vargas, não!
publicado 10/09/2017
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O ansioso blogueiro conseguiu entrevistar o Caveirinha, notável repórter do jornal "O Sol", que o Secretário da redação mandou investigar as circunstâncias da morte do bicheiro carioca "Boca de Ouro", "O drácula de Madureira", "o Deus Asteca". (Em cartaz no Tucarena, em São Paulo", numa concepção de Gabriel Villela).

O Boca morreu em 1961 e o Caveirinha, portanto, tem perfeitas condições de reconstituir o que abaixo se descreve.

Só na campanha presidencial de 1950, com o Brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da eterna UDN, se assistiu a um rompimento tão violento com o passado recente das linhas centrais do pensamento político do Brasil quanto o que ocorre agora, nesse golpe de canalhas, canalhas e canalhas, na acepçao do Requião e do Lindbergh.

Mais, até, do que na sucessao de 1945, já que Vargas apoiou Dutra, o vencedor, e Dutra tenha sido um presidente neolibelista antes da hora.

O Brigadeiro apresentou um programa radicalmente anti-Vargas, para enfrentar Vargas em 50:

- o intervencionismo econômico é uma forma de artificialismo;

- o anti-estatismo tem que prevalecer;

- o "populismo" varguista não passava de demagogia;

- a Petrobras é coisa de comunista (embora, mais tarde, a UDN sepultasse o Brigadeiro e tenha apoiado a criação da Petrobras, política que os canalhas udenistas de hoje abjuram);

- a prioridade é combater a corrupcão dos varguistas;

- adotar um programa econômico que levasse à deflação e à establização dos preços.

Era um programa dirigido às classes médias, porque segundo o Brigadeiro, "os trabalhadores já estavam com (Luiz Carlos) Prestes, Vargas ou Adhemar (de Barros)".

A candidatura do Brigadeiro foi imposta à UDN pela facção - sempre! - paulista.

Uma parte significativa do partido preferia uma "fórmula mineira", mas foi derrotada pela força econômica de São Paulo.

E São Paulo preferiu "um líder de elite, que olha o proletariado com mal contido desprezo", nas palavras de um aliado preterido.

A vitória de Vargas foi arrasadora: 48% a 30% do Brigadeiro (a UDN sempre teve 30%, até a adoção do segundo turno...) e 21% de Cristiano Machado, do PSD, que foi "cristianizado".

(A UDN só ganhou a eleição de 1954: quando deu o tiro no peito de Vargas.)

Na campanha presidencial de 2006, sob a ameaça de ser anti-estatizante e anti-povo, Geraldo Akckmin saiu às pressas e vestiu um ridículo jaleco com os logos da Caixa, Correios, Petrobras e Banco do Brasil...

O que não impediu de tomar uma surra do Lula - 61% a 39%.

Alckmin conseguiu um feito jamais verificado na Historia da Humanidade, onde há eleicão de segundo turno: ele teve mais votos no primeiro do que no segundo turno.

(Caetano Veloso, por exemplo, confessou que votou em Alckmin no primeiro e em Lula no segundo ... Ah, esses camaleônicos. Caetano, hoje, como se sabe, é fora Temer. Depois, será entra Bláblá)

Como se vê, nem Alckmin, naquela época, admitiu romper com a linha intervencionista do varguismo, que se introduziu no pensamento e na prática da vida brasileira, e que se tornou responsável pelo fato de, por bom tempo, o Brasil ser um dos países com maior crescimento econômico do mundo. O professor Luiz Gonzaga Belluzzo tem tratado da materia com a usual maestria, como fez na TV Afiada)

(A China dos comunistas - à sua moda - tem algumas lições sobre essa matéria incontroversa...)

Nem Alckmin.

Mas, os canalhas deram dois Golpes.

Golpe perfeito, aliás, com a "manus" da CIA, como se demonstra na TV Afiada.

O primeiro Golpe foi para depor uma presidenta honesta, eleita pelo povo.

O segundo Golpe - que nem Alckmin ousou dar - foi o que o Brigadeiro tentou: rasgar a tradição brasileira mais legítima: a varguista!

Paulo Henrique Amorim, ou melhor, Caveirinha