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Esposa de Queiroz diz que eles viviam como "marionetes do Anjo": "vão matar?"

Novas mensagens complicam a situação de Wassef
publicado 02/07/2020
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O Ministério Público do Rio interceptou mensagens nas quais Márcia Oliveira de Aguiar, esposa de Fabrício Queiroz, reclamou das táticas usadas pelo advogado Frederick Wassef, conhecido como "Anjo", para esconder o ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Os diálogos foram revelados pelo Estadão nesta quinta-feira 2/VII.

Em novembro do ano passado, ela disse à advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalha com Wassef, que não queria mais viver como “marionete do Anjo”. “Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar?”.

As mensagens reforçam os indícios de que, embora negue, Wassef atuava de forma efetiva na proteção e  no abrigo de Queiroz e familiares. Nas conversas obtidas pelo MP, Márcia assume que poderia fugir se a Justiça decretasse sua prisão. “A gente não pode mais viver sendo marionete do Anjo. ‘Ah, você tem que ficar aqui, tem que trazer a família’. Esquece, cara. Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar? Ninguém vai matar ninguém. Se fosse pra matar, já tinham pego um filho meu aqui”, disse Márcia.

Conforme revela o Estadão, os áudios enviados por Márcia à amiga ficavam cada vez maiores e mais frequentes. Em alguns deles, Márcia alternava choro com relatos sobre como a situação mexia com sua saúde. “Sei que também tá acabando com a (saúde) dele (Queiroz)”. Em outra mensagem, a conversa revela que Queiroz também não concordava com os planos de Wassef.

Segundo a advogada, Queiroz disse isso a Wassef, mas este insistia no plano de esconder a família. “Ele (Queiroz) não quer ficar mais aí, não”, diz Márcia, antes de ponderar: “Ele (Anjo) vai fazer terror, né?” Como relata o Estadão, quando Wassef passava alguns dias em Atibaia, Ana Flávia tomava cuidado ao falar com Márcia, a fim de evitar que o chefe ouvisse a conversa.