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A escravidão não acabou: quem servia o café era uma negra

Os desembagrinhos brancos têm sobrenome gringo
publicado 25/01/2018
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O Lula levaria a filha dela à Faculdade de Direito

O Conversa Afiada reproduz nota oficial do CEN - Coletivo de Entidades Negras:

Nota do Coletivo de Entidades Negras/CEN sobre a condenação de Lula pelo TRF-4


A condenação de Lula com aumento de pena amplifica ainda mais o sentimento de injustiça existente no país.

A indignação da militância progressista de esquerda e de todo cidadão que sonha com um outro Brasil possível frente a seletividade adotada pelo sistema de justiça constituído por uma elite branca tradicional e descendente direta da escravidão se resumiu na imagem que foi exibida durante o julgamento do TRF-4 quando uma mulher negra e trabalhadora vez por outra aparecia frente as câmeras a fim de servir água e cafezinho para os juízes brancos do sul do Brasil. Ela é o reflexo do sistema escravista brasileiro e contém em si os símbolos de violência que temos sistematicamente denunciado: a elite branca brindando a vida de privilégios frente ao sentimento cotidiano de impotência de homens e mulheres negras periféricos que são condenados e presos por convicção e sem provas a partir das representações preconceituosas construídas no imaginário nacional acerca dos corpos dos jovens negros, das mulheres negras e dos trabalhadores retirantes oriundos do norte e nordeste do país.

É essa elite violenta, que está acima das leis e sempre viveu às custas do estado brasileiro que elaborou e executou esse golpe branco, jurídico, midíatico, empresarial que estamos vivendo no Brasil hoje.

Essa elite nacional é descendente da mesma elite que comercializava os nossos corpos negros, estupravam as nossas mulheres, perseguia e matava os que lutavam por liberdade. Eles continuam os mesmos.

Compete aos homens e mulheres negras trabalhadorxs, fazermos diferente.

Na encenação montada para o julgamente do ex-presidente Lula, as forças progressistas nacionais sentiram pela justiça o mesmo desgosto e descrença que nós negros sentimos e denunciamos diariamente. Afinal somos os pobres e trabalhadores que as elites sempre exploraram e detestaram.

Continuaremos lutando e, quando chegarmos novamente ao centro do poder, que sejamos negros, indígenas e brancos. Que sejamos homens e mulheres trabalhadoras oriundos das classes populares e com a convicção de que não nos cabe conciliar e sim, extirpar pela raiz essa elite colonizadora com complexo de vira-latas que destila o ódio aos pobres, drenam as riquezas nacionais entregando-as para o exterior e destroem a dignidade brasileira.

Pátria livre, venceremos!
Coordenação Nacional do Coletivo de Entidades Negras/CEN