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Delegada processa diretor de faculdade que não calou manifestação!

Erika quer que o Reitor e o chefe de gabinete fiquem nus como Cancellier?
publicado 17/07/2018
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Uma das faixas que os alunos levaram à cerimônia de aniversário da UFSC. Essa também merece ser rasgada, Delegada Erika? (Reprodução/YouTube/TV UFSC)

O amigo navegante sabe que funcionários da Polícia Federal submeteram o ansioso blogueiro a um novo tipo de condução coercitiva, em um frontal ataque à liberdade de expressão.

Mas, o amigo navegante também se lembra de que essa mesma Polícia Federal, por meio da desastrada Operação Ouvidos Moucos, empurrou o Reitor Luiz Carlos Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para o suicídio.

E, como diz o Desembargador Lédio Andrade, ninguém vai pagar pela morte dele, Cancellier.

Não deveria causar surpresa, portanto, a notícia de que a Delegada Erika Mialik Marena, ex-coordenadora da Operação Lava Jato em Curitiba - e responsável pelo pedido de prisão do Reitor Cancellier - tenha apelado à Justiça para atingir, também, o Prof. Áureo Mafra de Moraes, atual chefe de gabinete da UFSC.

A história, em resumo, é a seguinte:

Em dezembro de 2017, o canal oficial da UFSC no YouTube - a TV UFSC - publicou vídeo com o título "Universidade Já - UFSC 57 anos".

A reportagem trata do aniversário da Universidade, que, naquele ano, como não poderia deixar de ser, foi marcado por homenagens ao Reitor Cancellier.

Em dado momento, aparecem faixas de cobrança às autoridades pela perseguição ao Reitor.

Nessas faixas, estão os rostos de alguns envolvidos na história; entre eles, a Delegada Marena.

E foi ela, a Delegada Marena, como representante da PF de Santa Catarina, quem pediu a instauração de inquérito policial para "apurar autoria e materialidade do crime tipificado no art. 138c/c 141, II do Código Penal, tendo em vista a divulgação de vídeo através da internet, possivelmente por meios e agentes da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, de evento público em que foi exposto cartaz com dizeres que imputam a prática de crimes por parte de autoridades públicas federais no exercício de suas funções".

Não satisfeita, pediu ainda que "ao final das apurações seja dado conhecimento do feito à Advocacia Geral da União, para que avalie a prática de eventual ato de improbidade administrativa pelos agentes públicos envolvidos no ato (...)".

No dia 8 de maio de 2018, o Delegado federal Germano Di Ciero Miranda requisitou a apresentação do Professor Áureo à Justiça em Curitiba.

Quatro dias depois, Áureo recebeu a intimação para comparecer, em 11 de junho, à Superintendência da PF na capital paranaense para "prestar declarações no interesse da Justiça".

Veja o que diz o Professor sobre mais essa ofensiva contra a liberdade de expressão:

"Estou sendo acusado pela mesma delegada [Érika Marena, “heroína da lava Jato e autora do pedido de prisão do Reitor Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou pela humilhação pública] de crimes de calúnia e difamação. Por quê? Por ter promovido, como chefe do gabinete do reitor da UFSC, uma solenidade em homenagem aos 57 anos da universidade e em homenagem ao reitor Cancellier. Prestei depoimento em 11 de junho passado. E, pasmem, o reitor recentemente eleito, Ubaldo Balthazar, também teve que prestar depoimento no mesmo inquérito. De que nos acusam? De termos “autorizado” a exibição de uma faixa de.desagravo à referida delegada e outros agentes do estado, na tal solenidade. Ora…. uma universidade federal é, por excelência, o espaço da crítica. Queriam, por supuesto, que censurássemos quaisquer manifestações livres de expressão? Não. Na UFSC não!!”