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Como a Odebrecht comprou FHC. E recebeu

Só não comprou mais porque o FHC não fez obras...
publicado 17/04/2017
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Saiu no PiG cheiroso:

A versão de Emílio para o PLR que reduziu o assalto


(...) Ao contrário da geração de políticos que agora ameaça ser dizimada pela Lava-Jato, os Odebrecht sobreviveram a todos os regimes graças à capacidade de perceber de onde sopravam os ventos da mudança. Na mesma época em que Covas fez a mediação para o primeiro encontro com Lula, um outro emedebista, este baiano, Valdir Pires, o apresentou a Fernando Henrique Cardoso.

O intelectual paulista dava seus primeiros passos na política que o projetariam diretamente para o Senado, graças à suplência de Franco Montoro, eleito ao governo do Estado. Emílio ajudava a desfazer a impressão, entre empresários, de que se tratava de uma liderança esquerdista. Em troca, FHC o ajudaria a convencer os industriais paulistas a absorver uma parte do gás que a Odebrecht queria trazer, com a ajuda do governo, é claro, da Argélia, da Argentina e da Bolívia.

Eleito presidente, Fernando Henrique aprovaria no Congresso a Lei das Concessões, para a qual Emílio disse ter dado decisiva contribuição - "Contribuímos com a experiência que tínhamos no hemisfério norte. Ele absorveu e incorporou". Relatou ainda ter contribuído para a quebra dos monopólios no governo FHC, e não apenas com ideias. Na das telecomunicações, por exemplo, chegou a montar um consórcio para disputar licitações. Explicou aos procuradores suas motivações: "Procurávamos contribuir com o que acreditávamos".

Emílio revelou grande identidade com o ex-presidente ("Assim como Lula, ele sempre foi um entusiasta"), mas já não disse o mesmo de seu governo. O advogado lhe lembrou da demanda de ilicitudes da procuradoria. O empresário tinha pouco a acrescentar além da versão do PLR com o qual irrigou o caixa dois nas últimas três décadas. Disse que Fernando Henrique tinha um ministro da Fazenda [Pedro Malan] "muito muquirana". E que, por isso, seu relato seria menos recheado do que aquele que fizera de Lula: "Foi um presidente que, na realidade, não fez investimentos".
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