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Cai a máscara de Moro em entrevista ao Fantástico

Ex-juiz tem dificuldade em explicar o porquê ficou tanto tempo no governo Bolsonaro
publicado 25/05/2020
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Arte: Folha de S.Paulo

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro tentou justificar o seu silêncio na reunião ministerial do dia 22 de abril em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indica que vai interferir na Polícia Federal.

Em entrevista ao Fantástico no último domingo (24/V), Moro também comentou a falta de reação diante das declarações dos ministros da Educação, Abraham Weintraub, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

"Eu não sou o presidente da reunião", disse o ex-juiz sobre a fala de Weintraub que, na ocasião, disse: "eu, por mim, botava esses vagabundos na cadeia, começando pelo STF".

"Olha, eu não estava confortável naquela reunião. Isso parece muito claro. Me senti incomodado por várias aspectos", afirmou Moro sobre "passar a boiada" dita por Salles.

Questionado sobre se não se tratava de omissão, o ex-ministro discordou.

"Veja, eu estou dentro de governo, não é? Então eu tenho também algumas limitações do que eu posso externar publicamente, certo? E eu já tinha esse problema, que vinha há tempos, em relação à Polícia Federal", revelou.

"Eu estava bastante desconfortável e incomodado naquela reunião. Como eu já disse, não tinha muito espaço ali para o contraditório. Eu acabei saindo, queria ter saído antes. Eu tinha também um compromisso agendado que me dava uma desculpa para poder sair antes que terminasse", continuou.

De acordo com Moro, ele não saiu antes do governo por ter "esperança" na agenda de combate à corrupção.

"Eu fui permanecendo porque tinha esperança de avançar com essa agenda. Fui vendo essa agenda sendo esvaziada e, para mim, realmente a gota d'água foi essa interferência na Polícia Federal. Em particular porque a Polícia Federal também investiga mal-feitos dos próprios governantes", contou.