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Barroso ironiza bolsonaristas: "militares vão dar golpe em nome da cloroquina?"

Pedidos de intervenção não passam de "terraplanismo constitucional"
publicado 10/06/2020
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(Foto 1: Nelson Jr./SCO/STF - Foto 2: Redes Sociais)

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu as decisões tomadas pela Corte que incomodaram bolsonaristas. Durante evento da associação Livres na terça-feira 9/VI, o ministro perguntou se o real foi "a moeda que mais se desvalorizou" no planeta ou se "temos sido o pior país no combate à pandemia no mundo" porque Alexandre de Moraes impediu a nomeação de Alexandre Ramagem na Polícia Federal ou porque ele impediu a expulsão de venezuelanos do Brasil.

Barroso também afirmou que não é por causa do STF que o país está em seu terceiro ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, "que é paraquedista, e não sanitarista ou epidemiologista ou infectologista".

O ministro ainda disse não ver risco real de um golpe de Estado e declarou que as Forças Armadas "não apoiam nem desapoiam" qualquer governo. Ele listou as justificativas dadas para o golpe militar em 1964, como combate à corrupção ou controle da agitação das massas, e disse que agora, com os militares no governo, elas não fariam sentido. "Eles vão dar o golpe [em nome] de quê? Difundir a cloroquina?".

Barroso também criticou os apoiadores de Bolsonaro que têm afirmado que o artigo 142 da Constituição colocaria as Forças Armadas como um "poder moderador", que pode intervir quando há conflito entre os Poderes. Ele classificou o argumento como "terraplanismo constitucional" e disse que ele passa dos limites do "erro razoável".

Com informações da Folha de S.Paulo