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Quem diz que Fachin é o último da Dilma no STF ?

Gilmar processa Nassif ! Não lembra o Daniel Dantas ? Calar pelo bolso ...
publicado 20/05/2015
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O Globo e seu Sócrates ou Platão, o Ataulpho Merval (​ver no ABC do C Af) tem a mania de querer mandar no Supremo.

Depois de tentar, com fúria e ódio, impedir a nomeação do Ministro Fachin - exuberantamente aprovado no Senado, duas vezes - agora a manchete do Globo impôs:

"Dilma vence e indica seu último ministro para o STF"

Quem disse, Saleme ? (Leia em tempo sobre "artigo" do professor Falcão.)

A nomeação de Fachin muda de forma considerável a composição, a química e a densidade do STF.

Primeiro, porque substitui um Ministro que Fachin supera em densidade técnica, no campo do Direito.

Segundo, porque tem em relação a Joaquim Barbosa, uma experiência profissional mais ampla, versátil e rica.

Terceiro, porque ele é o que é: um garantista e progressista.

Não precisa mudar de personalidade nem de inclinação política para provar, no Supremo, que não é o que pensam que é.

E quarto, porque ele demonstrou uma competência política exemplar.

Foi para a arena do debate público, nas redes sociais, e enfrentou onze horas de implacável fuzilaria dos caiados, cassios, aloysios 300 mil, magnos, ferraços e outros de relevância mais diminuta ainda.

Fachin chegou para mudar o Supremo.

Antes de chegar.

Com ele, o Supremo fica mais parecido com a coalizão política que Governa o Brasil, por mandato da soberania popular.

Como disse ele na sabatina: o Legislativo tem precedência sobre o Judiciário.

Porque os membros do Legislativo são escolhidos pelo povo !

E os ministros são ministros do Supremo porque escolhidos por quem foi eleito pelo povo, e referendados por uma Casa eleita pelo povo.

O Gilmarismo chega ao fim !

O do "meu Presidente !".

O Supremo Gilmarista não vai mais governar o Brasil - durante o exercício de suas funções regulares, do calendário, nem nos recessos !

O presidente Lewandowski passa a dispor, com Fachin, de um outro parceiro para causas inadiáveis, como a revisão do escandaloso perdão que o Supremo ofereceu à Lei da Anistia !

Fachin é mais do que um voto.

Fachin é um acervo intelectual e político.

E certos ministros talvez não se sintam à vontade no novo ambiente.

A taxa de azedume, ressentimento, ódio submerso, revanche mal dissimulada - tudo isso diminuiu significativamente.

E certos votos talvez não tenham mais o dessassombro de ser pronunciados, diante do novo Juiz.

Fachin não será a última indicação de Dilma ao Supremo.

Essa Lei da Bengala ainda será uma bênção, não é isso, Ministro Gilmar ?

Por falar nisso: quando é que o senhor devolve ?

Está feliz, por decidir processar um jornalista brilhante, que o combate no campo das ideias, o Luis Nassif ?

Pretende usar a "tecnologia" Daniel Dantas - tentar calar jornalistas impertinentes no Judiciário, pelo bolso ?

Considera-se realizado ?

Se a resposta for afirmativa, aproveite a euforia incontida, e devolva !

Mas, cuidado: o Nassif pode lhe aplicar a mesma acachapante derrota que o Rubens Valente e o Klouri lhe impuseram.

Em tempo: no Globo, Joaquim Falcão, professor da FGV do Rio, um think-tank da Casa Grande, autor da orelha do livro do Ataulpho Merval - agora, o Brasil deu para ter orelhas e prefácios mais importantes que a obra, como o do Moro.  Quá, quá, quá ! -, pois, Joaquim Falcão diz no Globo, ao analisar a nomeação de Fachin:

"No Supremo não deve ser o partidarismo do candidato que faz o cargo. Mas, a independência do cargo que faz o Ministro".

Bravo, professor Falcão !

Vá dizer isso, por escrito, no Globo, do Gilmar !


Paulo Henrique Amorim