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Tijolaço: o comércio do impítim

Quem é o "Braddock"?
publicado 11/03/2015
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O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:


O “Braddock” do impeachment e o que a imprensa que não apura



Finalmente, apareceu um espanhol para fazer (em parte) o que a imprensa brasileira não faz: um perfil do “Braddock” dos tais “Revoltados Online”, o cidadão Marcello Cristiano Reis.

Foi Afonso Benites, no El País.

Diz-lhe  Marcelo que vive da venda de camisetas e, com elas, obteve os R$ 20 mil para alugar o trio elétrico de suas manifestações, além de, é claro se manter (mora no mesmo prédio em que o Ministro da Justiça tem apartamento, na Belavista paulistana) e suas viagens país afora.

Infelizmente, o repórter espanhol não perguntou como é que ele e a sua organização atuavam no mercado de precatórios e da “compra de títulos do ICMS”, um negócio paralelo e sombrio, no qual acontecem coisas de arrepiar os cabelos.

Aliás, o Azenha e o Paulo Nogueira já haviam mencionado isso.

Mas agora estão as imagens, irrefutáveis.

Foi neste mercado de precatórios que ele diz que ganharam , espontaneamente, R$ 650 mil em precatórios (valor de 2010), de um misterioso “revoltado”.

Uma fortuna que, corrigida hoje pela Taxa Selic chega a R$ 1 milhão, doação digna daquelas “boas” de bancos e empreiteiras a candidatos presidenciais.

Haja camiseta!

A imagem e o link estão aqui, para o caso de algum jornalista se interessar em saber que destino teve esta suposta fortuna, uma vez que precatórios são títulos judiciais contra os Estados ou  a União e sua transferência só se pode dar com registro em escritura pública.

Aí está um rascunho do personagem.

E aonde estão os jornalistas?

Abaixo, um trecho da matéria de Afonso Benites no El País, que pode ser lida na íntegra clicando no título.



O comércio do impeachment



Afonso Benites, no El País

Um empresário de São Paulo que se diz falido pelo Governo do PT. Uma publicitária que mora no Mato Grosso e vive “de renda”. Esses são alguns dos comerciantes que se aproveitam do movimento quepede o impeachment de Dilma Rousseff (PT) para ganhar dinheiro ou para financiar os protestos. Vendendo camisetas a 99 reais e adesivos a 3,50, Marcello Reis, de 40 anos, e Letícia Balaroti, de 28, estão na linha de frente dos produtos anti-Dilma.

Reis é um dos líderes do projeto Revoltados On Line, um grupo formado nas redes sociais que se manifesta contra a corrupção. Nos últimos anos, ganhou notoriedade (e seguidores no Facebook) ao pedir o impeachment da presidenta petista e ao se apresentar ao lado de figuras públicas como o músico Lobão, um feroz crítico do petismo que pediu votos para Aécio Neves (PSDB) no pleito passado.

Para garantir o pagamento da estrutura usada nos protestos promovidos por ele, como um trio elétrico de 20.000 reais,  Reis vende camisetas, bonés e adesivos na internet. Um kit, com uma camiseta polo preta, um boné e cinco adesivos custa de 175 a 195 reais, de acordo com o tamanho. Se for levar só a camiseta com uma faixa presidencial pela metade e os dizeres “Deus, Família e Liberdade”, o cliente gastaria 99 reais. Isso sem contar o frete. “É um preço justo porque o material é importado. É de boa qualidade e não temos uma confecção própria”, explica Marcello Reis, que diz ter fechado uma empresa de segurança da informação porque não quis participar do “jogo sujo do serviço público”.

Descrevendo-se como apartidário, e demitido de uma agência de comunicação há dois meses, Reis agora se empenha exclusivamente no movimento que pede a saída de Rousseff do cargo. Ele alega que sua demissão do último emprego ocorrera porque o deputado petista Paulo Pimenta o acusou de fascista e de militante de extrema direita durante o protesto que motivou o fechamento do Congresso Nacional no ano passado. Desde então, Reis passa dia e noite vendendo os produtos anti-Dilma e coletando assinaturas na internet para ingressar com o pedido de impeachment.

“Ele (o deputado) me chamou de neonazista porque sou desprovido de cabelo. Mas estou longe de ser extremista, muito menos nazista. Sou só um cidadão politizado que é contra esta roubalheira toda”, justifica-se.

Outros empreendedores, à primeira vista menos militantes, também parecem ter farejado negócio na onda anti-PT. A camiseteria online NM vende uma camiseta com o mote do impeachment por 39,90 reais. Procurados, os representantes da loja não se manifestaram.



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