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Maringoni: Serra e Alckmin têm que ser processados por crise da água

"Os acionistas privados – que lucraram R$ 4,3 bilhões entre 2004 e 2014 – não têm o menor interesse em reduzir seus ganhos para que investimentos sejam feitos"
publicado 01/02/2015
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A partir do DCM, o Conversa Afiada reproduz texto de Gilberto Maringoni, no Facebook:




A IRRESPONSABILIDADE CRIMINOSA DO GOVERNO PAULISTA NA QUESTÃO DA ÁGUA



Há um senso comum pretensamente racional quando se fala em enfrentar a gravíssima crise da água em São Paulo.

Começam a aparecer vozes pretensamente equilibradas, a dizer que a hora é de se encontrar soluções. Não se deve buscar culpados ou olhar para o passado.

É certo que a crise demanda soluções imediatas. O racionamento, diante da irresponsabilidade criminosa do governo Alckmin, já deveria ter começado no ano passado, quando seria mais brando.

Agora está sendo feito de forma atabalhoada e com contornos de terrorismo midiático.

Anuncia-se o corte de cinco dias na semana, sem saber se isso resolverá a secura dos canos…

Ações emergenciais, planos de abastecimento alternativo, incentivo ao reuso, criação de forças-tarefa intersecretariais e convocação à população, entre outras, são iniciativas que já deveriam ter sido tomadas.

Mas é essencial olhar para trás, sim, e ver onde o problema começou.

Começou há 22 anos, quando terminou a construção do último sistema de tratamento de água do estado, o do Alto Tietê. De lá para cá, a população passou de 32 milhões para 43 milhões de pessoas.

Ou seja, não se adicionou uma gota na captação do sistema, num período em que houve um aumento demográfico de mais de 30%.

Por que houve isso?

Em especial porque metade da Sabesp foi privatizada, em 1996.

Os acionistas privados – que lucraram R$ 4,3 bilhões entre 2004 e 2014 – não têm o menor interesse em reduzir seus ganhos para que investimentos sejam feitos.

E a gestão tucana agiu como se não houvesse necessidade de se ampliar o sistema.

Até que a crise chegou, agravada pela estiagem prolongada.

É preciso resolver o problema, com ações práticas e imediatas.

Mas falar em resolver qualquer coisa de forma permanente sem fechar o capital da Sabesp, retomar a empresa para o estado – aproveitando a baixa das ações – e sem acionar judicialmente os responsáveis – a começar pelos governadores Geraldo Alckmin e José Serra – é o mesmo que chover no molhado.

Perdão pelo inoportuno trocadilho.



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