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Tijolaço: eleição apertada é a de ... 2018 !

"O que quero destacar é o poder da máquina governamental nas decisões eleitorais – mostrou-se fortíssima em 2010 e certamente será decisiva este ano".
publicado 12/05/2014
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O Conversa Afiada reproduz post do Tijolaço, em que Fernando Brito publica artigo de Hayle Gadelha:


Gadelha: a eleição será disputadíssima... em 2018



Tem muita gente entrando na “pilha” da mídia de que seria praticamente irreversível o “desastre” eleitoral de Dilma Rousseff em outubro.

Não é outra, é claro, a intenção da rajada de metralhadora das pesquisas eleitorais, semana após semana, sempre mostrando uma “queda” da popularidade da Presidenta.

Claro que é impossível prever com exatidão o que depende do processo de formação de consciência de mais de 100 milhões de eleitores, mas  nenhum analista pode deixar de considerar que dentro de 30 dias, em tese, encerra-se o período em que a mídia tem o monopólio da política e as eleições se deslocam das páginas impressas para as telas da TV, o debate público e a atuação direta das forças políticas.

Como disse aqui há dias, a travessia do Rubicão está perto do fim para Dilma.

Hoje, encontro um artigo do publicitário Hayle Gadelha, veterano em disputas eleitorais, do tipo que “não tem medo de fumaça”, que bota o pingo nos iis, a começar por um gráfico que mostra que nada houve senão uma ligeira migração de avessos à política para Aécio Neves, sem dúvidas por cota do bombardeio midiático e pela natural adequação do quadro eleitoral ao perfil que teria em qualquer circunstância, mesmo no céu de brigadeiro de 2010: o conservadorismo tem, seguros, pelo menos 30 a 35% dos votos.

Acompanhe o raciocínio de Gadelha, daqui a pouco falo sobre o que significa a aproximação de Aécio e Serra.



As pesquisas, cada vez mais,indicam uma grande disputa para 2018



Hayle Gadelha

Interessante, essa pesquisa Datafolha, de maio. Mostra, em primeiro lugar, grande estabilidade nos índices comparados com os de abril – exceto entre os índices de “não-voto” e de Aécio. “Não-voto” (“indecisos” + “nulos” + “brancos”) caiu de 29% para 24%, praticamente coincidindo com a subida de Aécio, de 16% para 20%. Dilma (38%>37%), Eduardo Campos (10%>11%) e a soma dos “outros” (7%>7%) mantiveram-se basicamente no mesmo patamar. Talvez signifique que Aécio soube capitalizar melhor os eleitores que já estavam insatisfeitos com Dilma, dando um bom salto na disputa com Eduardo Campos. Há quatro anos, na pesquisa de maio, Dilma e Serra estavam empatados com 37% e Marina tinha 12%. Dilma portanto perdia para os dois principais adversários de 49% a 37%, enquanto hoje está em empate com a soma dos dois. É verdade que Dilma estava em ascensão e Serra já estava ladeira abaixo. Mas o que quero destacar é o poder da máquina governamental nas decisões eleitorais – mostrou-se fortíssima em 2010 e certamente será decisiva este ano. Não ocorrendo a surpresa de algum tsunami, o mais provável é que Dilma vença no primeiro turno. Resta, portanto, a disputa pelo segundo lugar, de olho em 2018.

Ninguém é bobo nesse jogo político. Todos conhecem bem suas chances reais. Sonhos existem, claro. Mas em política sonho e pé no chão devem caminhar sempre juntos, um puxando o outro. E os três principais personagens secundários dessa história estão com um sonho aqui e um pé em 2018. Ou vice-versa. Aécio vive a situação mais complicada. Se em 7 de outubro ele não ficar em segundo lugar, deverá dar adeus pra sempre a qualquer sonho de presidência. Ele e o PSDB. Mesmo em segundo lugar, a situação se complica pra ele. Eduardo Campos e Marina dificilmente poderiam apoiá-lo, porque, caso ele vencesse, chegaria a 2018 como candidato a reeleição (mais forte, portanto).  Caso acontecesse o contrário (Eduardo Campos em segundo), Aécio apoiaria, mas fazendo corpo mole. No campo específico de Eduardo Campos e Marina, existe mais um porém: os dois são candidatos a presidente em 2018. No momento, um está servindo de “cavalo” pro outro, mas sabem que esse transe tem data marcada para terminar.

No lado do PT, também não está nada fácil apresentar um candidato forte em 2018 . As principais lideranças, históricas, foram excomungadas pelo STF e as novas lideranças ainda não se firmaram.

Haddad, nome mais forte por ganhar a prefeitura paulistana, andou derrapando no início do mandato e está procurando recuperar o tempo perdido. Padilha, que precisa vencer o governo de São Paulo, levou um safanão na história do doleiro da Petrobras e ainda tenta provar que entrou de Pilatos nesse cruz-credo. A favor do PT está a possibilidade de um excelente segundo mandato de Dilma e a certeza de que Lula continuará sendo o grande eleitor desse país. Só assim a estrela poderá subir nesse estranho pódio onde parece começar por baixo.



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