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Operação Banqueiro: Valente responde Gilmar Mendes

Mendes abriu uma ação de indenização na Justiça de Brasília
publicado 11/04/2014
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O Conversa Afiada reproduz texto de Rubens Valente, extraído do facebook do livro operação Banqueiro:



Sobre a ação movida pelo ministro Gilmar Mendes




O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, abriu uma ação de indenização na Justiça de Brasília contra este autor de Operação Banqueiro e a editora Geração Editorial, segundo hoje informam sites na internet (a propósito, o site “Consultor Jurídico”, do empresário e jornalista Márcio Chaer, colocou a notícia no ar sem se dar ao trabalho de me procurar para ouvir o “Outro Lado”, o que lamento profundamente. O título do texto no site afirma que o ministro pede indenização “por ofensas”. Note bem, caro leitor, não alegadas nem supostas, mas efetivamente “ofensas”, ou seja, coisa pronta e acabada, segundo o site. Desse modo, o site manobra a realidade e comete grave imprecisão jornalística ao apresentar aos seus leitores como um fato consumado e real o que é apenas uma mera alegação de uma parte em uma ação judicial).

Acho oportuno reafirmar aos leitores que procurei o ministro Gilmar Mendes inúmeras vezes ao longo da elaboração do livro, por meio do então assessor de imprensa do STF, por e-mails e telefonemas à sua assessoria. Infelizmente, ele deixou de me receber, abrindo mão da oportunidade de, tranquilamente e com todo o tempo necessário, oferecer a sua versão sobre os fatos. Recusou-se quando poderia se manifestar, e agora procura o Poder Judiciário, no qual ocupa importante cargo, para obter deste jornalista e da editora uma série de providências, incluindo alta soma de dinheiro.

A petição formulada pelo ministro, já prontamente disponibilizada na internet, estabeleceu um valor de R$ 200 mil para a causa e pede ao Judiciário que nos obrigue, dentre outras coisas, a publicar no livro, em futuras edições, a íntegra de sua própria petição, no que se configura uma clara tentativa de alteração do conteúdo de uma obra que foi publicada de acordo com as leis em vigor, dentro das regras democráticas conquistadas à custa de muito sacrifício do povo brasileiro.

O ministro alega, em síntese, que o livro pretendeu “inseri-lo como protagonista de esquema escuso e notadamente ilegal”.

Basta folhear o livro para verificar que ele se trata de uma narrativa objetiva dos fatos. Não há uma única “acusação” como esta agora apresentada pelo ministro. O ministro também não apresenta uma única palavra que possa ser considerada “ofensiva” contra ele.

No decorrer da ação, vou demonstrar que simplesmente exerci o meu ofício de jornalista e o meu direito de cidadão de fazer um retrato de determinada realidade, tendo por base inúmeros documentos e entrevistas, incluindo declarações públicas do próprio ministro.

Entendo que o ministro possa ter ficado incomodado com certos fatos que o livro trouxe à tona ou que simplesmente recuperou de fontes públicas e já antes divulgadas. Mas ele, como homem público que ocupa cargo de alto interesse público, membro da mais alta corte de Justiça, deve compreender que a democracia não apenas comporta, mas impõe a existência de um ambiente seguro para o registro independente jornalístico sobre fatos e comportamentos de seus mais conhecidos homens públicos. É parte da democracia e em nenhum momento excedi o meu direito de expressão consagrado na Constituição.

Obrigado, Rubens Valente.




Clique aqui para ler "Operação banqueiro. O que seria de Dantas sem Gilmar"

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