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Consultor da ONU: Brasil “vai bem, apesar da Fifa”

"A Fifa arrecadou no Brasil, com a Copa, o maior volume de patrocínio e direitos de transmissão de sua história", disse Trengrouse.
publicado 10/03/2014
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O Conversa Afiada reproduz post do Tijolaço, de Fernando Brito:


Consultor da ONU diz que a Copa do Brasil “vai bem, apesar da Fifa”



Uma entrevista da Ana Cláudia Guimarães, da coluna de Ancelmo Goes, n‘O Globo, deveria ser lida pelos coleguinhas do jornalismo esportivo (e do político, também) que adoram repercutir que a Fifa se queixou disso e daquilo, todo o dia, com a organização da Copa no Brasil.

Em qualquer confronto entre o Brasil e os “donos da Copa”, eles se alinham automaticamente aos lado dos “”fifenhos”, batendo sem dó no governo brasileiro e enfraquecendo nosso poder diante da turma dos – até há pouco – amigos do Ricardo Teixeira.

Ana Cláudia  ouve Pedro Trengrouse, professor da FGV e consultor da ONU para a Copa, que detona a entidade que nunca foi e não é nenhuma “florzinha” inocente, como todo mundo sabe.

Ele diz que a Fifa “resolveu pegar no pé das autoridades brasileiras”, apesar de os preparativos estarem infinitamente à frente do que ocorreu na última Copa, na África do Sul, e de eles estarem ganhando muito mais aqui.

Leia a entrevista, cujo título é ótimo: “A Copa vai bem, apesar da Fifa”

Qual é a diferença entre a Copa de 2014 e a de 2010?
A principal diferença é que o Brasil é o país do futebol, e a África gosta de rugby. Além disso, nós já temos nove estádios prontos e entregues. O outro ponto é que a Fifa arrecadou no Brasil, com a Copa, o maior volume de patrocínio e direitos de transmissão de sua história. Foram US$ 5 bilhões. Aqui, também teve a maior demanda por ingressos. Na África, a Fifa fez até promoções com as entradas.


Qual será o legado deixado pelo evento no Brasil?
A Copa está passando pelo Brasil e deixando o futebol para trás. Na África, a Fifa investiu US$ 70 milhões para fortalecer o futebol local. Construiu 54 centros de treinamentos, patrocinou clubes, competições e fez cursos técnicos. Aqui, a entidade não fez nada. Entre 2010 e 2014, o orçamento da Fifa para desenvolver o futebol no mundo chegou a US$ 800 milhões. Não chegou um tostão aqui.


Como o povo vai participar?
Nós somos 200 milhões de brasileiros. Com sorte, 0,75% conseguirá algum ingresso. E o resto? O governo vai pagar a conta e deixar o povo fora da festa. Ainda dá tempo. O governo deveria organizar eventos para que todos participassem do Mundial no seu país. Sete empresas deram (cada) US$ 3 milhões para a Fifa realizar uma Fan Fest em cada cidade-sede. E ela quer cobrar a conta das prefeituras. O governo deveria ter agenda própria e organizar eventos em cada uma das cinco mil cidades do país.