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Thomaz Bastos, aquele que montou o Supremo

Lula e Dilma deveriam ser tão Republicanos quanto o FHC, o Roosevelt, o Kirchner e o Bush
publicado 17/11/2013
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Amigo navegante, jurista de boa cepa que merecia estar no Supremo, envia o artigo que abaixo se reproduz, sem identificação de autoria.

Será dele mesmo ?

O ansioso blogueiro publica o texto porque parte de algumas premissas.

Lula e a Dilma deveriam ter sido tão Republicanos quanto o Fernando Henrique, o Príncipe da Privataria, esse padrão de Moral do 1%, como ressalta o Paulo Nogueira em “Por que a Direita odeia tanto o Dirceu”.

O 1% de Moral e Ética !

Para o lugar do Antonio Fernando, do Gurgel - aquele que o Collor, da tribuna do Senado, chamou de prevaricador, o 1% de Moral nomeou o Engavetador Geral da República.

E o Ataulfo Merval devia achar óóótimo !

Para o Supremo, o Príncipe nomeou Nelson Johnbim (muito amigo do Carlinhos Rodemburgo, segundo a Operação Satiagraha); Ellen Gracie (da súmula vinculante “Dantas não é Dantas, mas Dantas”); e o Gilmar Dantas (*), cuja página na História já está escrita.

Ou seja, o Príncipe cobriu a retaguarda da sua Maior Obra: a Privataria.

Isso é que é Republicanismo !

O Conversa Afiada também sabe que, ao estudar a primeira nomeação para o Supremo, Lula ficou entre a opinião de José Dirceu e a de Marcio Thomaz Bastos.

Em nome de um suposto Republicanismo, Lula optou pela sugestão do MTB: Cezar Peluso.

E deu no que deu.

A Presidenta Dilma, a conselho do inefável Palocci, nomeou o Luis Fux, que, em pouco tempo, revelou traços de caráter tão sólidos quanto o Pão de Açúcar.

Imagine, amigo navegante, quem o Padim Pade Cerra nomearia para o Supremo ?

O José Carlos Dias, o Aloysio 300 mil e o Ricardo Sergio de Oliveira.

Mas, essa é uma longa História.

Por que o PT não ocupou o centro do Poder, quando lá chegou.

Por que ainda não fez uma Ley de Medios, por exemplo.

(O ansioso blogueiro recomenda enfaticamente o filme “Juan e Evita”, de Paula de Luque, para aprofundar o amargo sentimento de inveja da Argentina.)

O tema para reflexão são as diferenças entre petistas e os trabalhistas de Vargas.

Ou os peronistas.

(Jango nomeou para o Supremo Evandro Lins e Silva, seu chefe da Casa Civil e amigo pessoal, e Hermes Lima, seu ministro. Evandro e Hermes não tem, até hoje, quem se lhes iguale naquele Egrégio Tribunal.)

Essa foi uma longa conversa que o ansioso blogueiro manteve com José Genoino, o maior ladrão do Brasil, segundo o STF, pouco antes de ser implacavelmente encarcerado.

Se o STF e o PiG (**) não matá-lo – como fizeram com Gushiken – a conversa será retomada.

Ao texto enviado pelo gentil amigo:



Nenhum governo pode se escusar de ser ingênuo no Poder.

O PT cometeu erros em sequencia e a fatura chegou agora no martírio desse processo de Kafka, uma catarse para os réus e uma tragicomédia felliniana pela absurdidade do conjunto da obra, exaltada pela transmissão ao vivo, algo inédito no mundo jurídico do planeta.

Lula nomear um "amigo" – Marcio Thomaz Bastos - sem ideal político para o Ministério da Justiça foi um desses erros.

Bastos é vocacionado apenas pelo ego, pela vaidade e pela ambição  de ter ligações que  inflam seu papel de advogado criminalista mais caro do Pais.

Quando chegou a Ministro disse que "estava adorando ser Ministro", frase vulgar e frívola: ninguém é Ministro para "adorar" o usufruto do cargo e, sim, para prestar serviços ao Pais.

Depois disse publicamente que estava aposentado e não iria mais advogar.

Mal deixou o cargo voltou a advogar até para o Carlinhos Cachoeira e para quem mais lhe pagasse.

Depois do estrago que legou ao PT continua desfilando por festas, coquetéis etc. como se nada houvesse acontecido e como se o mensalão não fosse com ele, já que faturou direta ou indiretamente honorários que são estratosféricos.

Por ter um Ministro da Justiça sem estrategia politica, o PT deixou passar frangos inacreditáveis para cargos chaves da governabilidade: dois Procuradores Gerais e três Ministros do STF que só agiram contra o PT: nunca a favor, nem para disfarçar.

Um dos Ministros sem vida pregressa conhecida, cheio de cursos no exterior mas sem experiencia de juiz, de perfil incógnito e sem que alguém conhecesse mesmo superficialmente sua personalidade nebulosa – foi um desses erros.

Roosevelt nomeou 7  juízes da Suprema Corte de sua absoluta confiança, frequentadores de sua casa de campo em Hyde Park, como Felix Frankfurter.

Se não mexesse na Suprema Corte, Roosevelt não teria feito o New Deal.

Se não destituísse os ministros de Menem, os Kirchner não teriam botado os generais torturadores na cadeira nem teriam feito a Ley de Meios.

Foi inacreditável Lula nomear Ministros do STF sem que nunca tivesse conversado com eles, sem ao menos vê-los face a face - o que uma patroa faz até antes de contratar uma cozinheira.

Pior ainda foram os Procuradores Gerais, os maiores carrascos do PT, com a manobra de juntar 37 sem foro privilegiado a 3 com foro.

Foi uma rasteira que o PT (a partir do Ministro da Justiça) deixou passar batido. É esse o DNA da condenação.

Naquele momento o "Deus" tinha força política para impedir essa loucura e não o fez.

Mais ainda, depois de o Procurador Geral montar a arapuca e ainda ser reconduzido ao cargo.

Na bissecular democracia americana, o Procurador Geral é de ABSOLUTA confiança do Presidente, que pode demiti-lo a qualquer instante, não só ele como qualquer um dos 75 Procuradores Federais.

George W. Bush demitiu 8 em um só dia. E quando lhe perguntaram por que ele respondeu: "porque eu quis. Posso nomeá-los e demiti-los".

E ninguém contesta que os EUA são uma democracia, de tal forma solida que elegeu presidente um filho de muçulmano do Kenia e não branco.

O PT chegou ao poder em 2003 sem conexões ou relações do meio jurídico.

Se tivesse não teria feito essas nomeações sem logica. Fiou-se nesse MTB que levou os melhores lideres do PT para um alçapão.

O PT tinha que nomear Procuradores Gerais e Ministros do STF alinhados com o PT, como fazem todos os Presidentes dos Estados Unidos e da França.

É prerrogativa de governos preencherem esses cargos com nomes de sua confiança.

Mas, o inefável homem das meias de seda suíças, sua marca registrada, inventou uma bobageira de que ele se orgulhava: "o republicanismo" para nomear titulares de cargos-chaves como Diretor da PF, Procuradores e Ministros de Tribunais Superiores: "ah, eu sou republicano", ele se gabava, enquanto preparava a corda para o PT.

Foi o republicanismo fajuto de surfadores da "Democracia da Constituição de 88", aquela que impede o Brasil de ter governabilidade e que saiu dos corredores da OAB ( que ele presidiu),  em combinação com o MDB.

NÃO EXISTE REPUBLICANISMO. Isso é uma falácia.

Governo existe para governar e  não para escolher gente sem compromisso algum com quem o nomeou.

Um teórico REPUBLICANISMO que crucificou o PT com a prisão de seus maiores lideres.

A conta dos erros chegou, com um julgamento-show de péssimo gosto onde poucos se salvam.

Alguns no papel de carrascos, outros por omissão e falta de coragem para enfrentar aberrações jurídicas.

E o show vai continuar mesmo na execução das penas.

A Globo passando horas com o transporte dos presos por avião, daqui para lá, uma coisa de virar o estômago pela estupidez e mau gosto, convocando "professores de direito", sempre os mesmos dois, para falar obviedades na linha merval: sempre demonizar o PT e nunca contestar o absurdo das penas e da destruição de pessoas laterais como Simone Vasconcelos e Katia Rabelo.

Katia é uma frágil bailarina condenada a pena muito pior do que o assassino Pimenta Neves. Será que ninguém vê o absurdo disso?

Qual o imenso perigo que Simone Vasconcelos e Katia Rabelo representam para a sociedade ? Katia passou a dirigir o banco pela morte trágica da irmã Junia, que foi estraçalhada pelas pás de um helicóptero, precedida pela morte do pai, Sabino Rabelo, um respeitado empresario.

Qual imenso erro ela praticou?

Dirigentes dos bancos que provocaram a crise de 2008 não tiveram esse tipo de pena.

Simone é uma funcionaria da agência, nem sócia menor é, condenada a uma pena que nem Stalin daria a um personagem secundário.

Como isso passou batido por 11 sumidades do Direito?

Traficantes, estupradores, contrabandistas, receptadores de carga, assaltantes a mão armada não tem penas tão longas: como isso não ressalta aos olhos?

Ou será que o medo de enfrentar o bullying forense foi maior?

Quando TODOS foram chamados de chicaneiros, guichezeiros, por que ficaram todos quietos?

Essa questão é muito maior e muito mais grave do que o próprio julgamento do mensalão.

Em que mãos o PT nos colocou?

E o processo-símbolo vai servir de exemplo para ACABAR COM A CORRUPÇÃO ?

Aonde?

Na Índia?

Francamente.




(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (***) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista (****) decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.