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Vagner da CUT: negociação ou paralisação

Se os patrões, o Congresso e o Governo não se mexerem as Centrais param
publicado 12/07/2013
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Foi realizada na manhã desta sexta-feira (12), na sede da Força Sindical, em São Paulo, uma reunião das oito Centrais Sindicais (CUT; Força; UST; CBDT; CTB; UGT; NCST e CGTB) que realizaram, ontem, o Dia Nacional de Lutas.

Durante mais de duas horas, as Centrais avaliaram os atos realizados e fixaram um calendário com novas manifestações em defesa da pauta dos trabalhadores.

O ponto alto deste calendário deve acontecer no dia 30 de agosto, quando as Centrais Sindicais pretendem convocar uma paralisação geral de um dia, em todo o País.

Em entrevista ao Conversa Afiada, o presidente da CUT, Vagner Freitas, comentou os principais pontos da reunião.

Acompanhe a integra da entrevista em áudio e texto:


1- PHA: Vagner, o que ficou decidido nessa reunião com todas as Centrais que participaram do movimento de ontem?

Vagner Freitas: Fizemos um calendário, Paulo. Nós vamos procurar primeiramente o TST e o STF exigindo uma imediata tomada providência sobre essa questão do interdito proibitório. Porque ontem chegou quase a R$ 1 milhão  em multas para as Centrais.

Nós entendemos que isso vai contra a Lei de Greve e contra a liberdade de manifestação. Os patrões utilizam isso para impedir a manifestação dos sindicatos. Vamos até ao TST exigindo que haja um acerto com relação a isso.

E, também, marcamos para o dia 6 de agosto um ato de todas as Centrais em frente às sedes das entidades patronais estaduais e também em Brasília, nas sedes das entidades patronais nacionais: CNI, FEBRABAN, contra a terceirização.

São os patrões que forçam o Congresso Nacional, através dos seus votos, a votarem a terceirização indiscriminada no projeto 4330, tirando todos os direitos dos trabalhadores.

Também decidimos chamar o Governo para negociação, para que ele apresente propostas depois das atividades de ontem.

Porque tem uma negociação com o Governo, mas não tem proposta sobre os temas que nós achamos importantes, que são fundamentalmente: as 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e a terceirização.

Não tendo entendimento com o governo, marcou-se uma paralisação geral para o dia 30 de agosto.


2- PHA: O que significa uma ''paralisação geral'' para o dia 30 de agosto?

Vagner Freitas: Uma paralisação completa, no dia 30. Com todos trabalhadores de todos os estados, de todas as categorias, em paralisação geral de 24 horas para que nós tenhamos o atendimento da pauta.

3 - PHA: Isso equivale a uma greve geral?

Vagner Freitas: Não. Isso é uma paralisação nacional para que nós tenhamos o atendimento da pauta.

É como se nós estivéssemos numa negociação salarial. Nós entregamos a pauta para ser negociada e a pauta não está andando. Primeiramente, nós fizemos manifestações de advertência, paralisação de meio dia, e depois, um ato público das Centrais.

Desta vez, não é por meio dia, mas por dia inteiro, para que nós tenhamos destravada a pauta.


4 - PHA: Qual é a avaliação que foi feita sobre os atos de ontem?

Vagner Freitas: Muito, muito positiva. As Centrais Sindicais entendem que atingiram seus objetivos.

Houve muita participação dos trabalhadores. São Paulo e as demais capitais viveram ontem um dia de feriado - isso é verdadeiro.

Nós conseguimos dialogar com os trabalhadores mostrando a importância dos sindicatos e das Centrais Sindicais.

Nós achamos que é um momento importante, para o Congresso Nacional especialmente, e para o próprio Governo atenderem a pauta de revindicações.


5 – PHA: Os jornais de hoje - que aqui no nosso blog, o Conversa Afiada, nós chamamos de PiG – disseram que foi uma manifestação que atingiu parcialmente seus objetivos. Por causa da falta de grandes manifestações com grande presença de público. Qual é sua posição sobre isso?

Vagner Freitas: Primeiro, que o objetivo de ontem não era a paralisação de todos os trabalhadores.

Aquilo não era uma greve geral, e nunca foi isso. Eram atividades reivindicatórias com paralisações parciais, tanto que tinha ato marcado para meio-dia, duas horas da tarde. Ninguém faz ato meio-dia, duas horas da tarde. Então, obviamente, que o retorno foi em cima do que havia sido proposto.

Agora, o que a grande mídia procura fazer é, mais uma vez, diminuir o movimento sindical, diminuir as Centrais Sindicais, desqualificar o movimento, porque tem interesses econômicos por trás disso. Afinal, eles são financiados pelos grandes empresários.

6 – PHA: Houve também ontem em São Paulo e em outras cidades como Belo Horizonte e Salvador, manifestações contra a Rede Globo de televisão. Porque a CUT não aderiu a essas manifestações?

Vagner Freitas: A CUT não só aderiu, como estava capitaneando gente ontem na manifestação em Salvador. Nossos militantes estavam lá, participando. Nosso secretário de Juventude da CUT, Paulo Salvador, lá estava fazendo a manifestação. 

Clique aqui para ler a entrevista com Vagner, ontem, na Avenida Paulista.

E aqui para ler “Pauzinho da Força quer greve geral. É Golpe !”.

Clique aqui para ouvir o áudio da entrevista.

E aqui para ver "Globo tenta montar imagem e é desmascarada nas manifestações"

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Vagner-Freitas2.mp3 por redacao — última modificação 12/07/2013 12h44
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