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Dilma pode recriar a Comissão da ½ Verdade

Os três construiram o Oligopólio da Verdade !
publicado 19/06/2013
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O “republicanismo” do PT é uma variante da política do “tiro no pé”.

É como se explicam algumas nomeações para o Supremo Tribunal Federal – instituição que o Fernando Henrique povoou de aliados fidelíssimos e com a qual os presidentes americanos são tão “republicanos” quanto Putin.

Foi o que a Presidenta Dilma fez com a Comissão da ½ Verdade.

Republicanizou-a.

Paulo Sergio Pinheiro é um notável candidato tucano a Secretário-geral da ONU.

Hábil, competente, mas que aparenta ter um objetivo: não permitir que a Comissão da ½ Verdade comprometa sua carreira no curso internacional, nem se confronte com os diplomatas americanos que frequentavam o DOPS.

José Paulo Cavalcanti Filho é um ausente.

Vai de vez em quando.

E ainda bem.

Porque suas posições se rivalizam com as Paulo Sergio Pinheiro e de José Carlos Dias, outro membro notoriamente tucano da Comissão.

Dias foi quem, na inauguração dos trabalhos da Comissão, disse que a Comissão tinha que contemplar os dois lados.

Ou seja, a Dilma e o Albernaz.

A esses três se opunham Rosa Cardoso, Gilson Dipp e Claudio Fonteles.

Fonteles foi embora.

Dipp ficou doente.

E agora, sobrou Rosa Cardoso, a quem, em rodizio, cabe dirigir os trabalhos da Comissão.

Ela tentou nomear um secretario geral de confiança.

O que pode parecer óbvio ao amigo navegante.

Foi um Deus nos acuda.

Paulo Sérgio quer manter o Secretario Geral que é da confiança dele – e, não, dela.

O que os divide, os 3 “tucanos” e Rosa Cardoso, a solitária combatente?

Os três “tucanos” são a favor da Verdade.

Da Verdade Absoluta.

Eles, sozinhos, celebrarão a Verdade !

Para cumprir essa sacrossanta - e inofensiva - tarefa, trabalham em silêncio, misteriosamente, que ninguém os veja, para não chamar a atenção.

E, aí, um dia sobem ao Sinai e de lá tiram as Tábuas.

Que não terá sido escrita por Ele.

Mas, por Paulo Sergio, Dias e Cavalcanti.

E estamos conversados.

Conhecida a Verdade, ela será depositada na Biblioteca do Vaticano, aberta a consultas nos dias 29 e 30 de fevereiro, das 23 às 23h30.

Dipp, Fonteles e Rosa queriam abrir a janela.

Acreditam que  a Comissão seja um instrumento em busca da verdade.

E cada cidadão, cada familiar pudesse participar dessa busca, num ambiente arejado pelo sol.

E que esse movimento solar se tornasse uma “rede” permanente de busca – para usar uma expressão que Fonteles sempre usou.

E que, em ultima analise, a Comissão seja poderoso instrumento para rever a decisão que envergonha o Brasil: a anistia à Lei da Anistia, promulgada pelo Supremo com a ajuda de um relator “republicano”,  Eros Grau.

A presidenta Dilma pode recriar a Comissão da ½ Verdade.

“Desrepublicanizá-la”.

Retomar a verdade do oligopólio ali instalado.

Paulo Henrique Amorim