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Merval não entrega o Dantas nem sob ameaça

Como diz o Mino, no Brasil, jornalista é pior que patrão
publicado 03/03/2013
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Saiu no Globo, o 12o. voto no Supremo:

Na sexta-feira à noite, na inauguração do novo museu MAR

(leia" Em tempo " - PHA)

na Praça Mauá, passei por rápidos instantes a mesma situação que enfrentou a blogueira Yoani Sanchez quando esteve no país recentemente. Havia diversas manifestações nos arredores do museu, onde participavam da inauguração a presidente Dilma Roussef, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. O barulho era insuportável dentro do museu, que, com seu lindo teto ondulado, criou um inesperado efeito acústico dentro do prédio.
(...)
Havia um pequeno grupo reclamando casas prometidas e não entregues. E havia um terceiro grupo, mais barulhento e agressivo, que protestava contra a revitalização da zona portuária do Rio e também contra a Medida Provisória dos Portos, que em boa hora a presidente Dilma enviou ao Congresso. Aparentemente não havia no grupo nenhum estivador ou operário, eram todos jovens estudantes com máscaras e cartazes que alertavam: “Gestão mata” e "Choque mata" em referência ao Choque de Ordem da Prefeitura.
O que esses jovens do PT, do PCdoB, da Juventude Socialista, do PDT, sei lá de onde, queriam dizer é que a revitalização do centro do Rio é uma modernidade que rejeitam. E o que dizer da nova legislação sobre os portos do país? O que está por trás dos protestos, no entanto, é uma nada estranhável, embora exótica, aliança entre órgãos sindicais e empresários que operam os portos sem competição, beneficiando-se de uma reserva de mercado tão ultrapassada quanto prejudicial à economia brasileira.
Os jovens radicais estavam ali protestando contra a modernização da cidade e a possibilidade de os novos administradores de portos disputarem cargas com os terminais já existentes e contratarem mão de obra pelo regime da CLT, à qual estão subordinados todos os trabalhadores brasileiros.
Sindicatos liderados pelo Paulinho da Força Sindical, deputado federal pelo PDT, querem impedir a modernização dos portos, obrigando os novos terminais a contratarem os estivadores pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). E têm o apoio de concessionários dos portos, que querem tudo menos competição para melhorar a produtividade.
(...)
As pessoas que saiam da festa de inauguração forçosamente tinham que passar pelos manifestantes para pegar seus carros, e houve momentos em que as agressões verbais chegaram às raias da agressão física. Uma senhora que ia à nossa frente foi chamada de “fascista” por um manifestante, que gritou tão perto do seu rosto que quase houve contato físico.
Passei pelo grupo com minha mulher sob os gritos dos manifestantes, e um deles me reconheceu. Gritou alto: “Aí Merval fdp”. Foi o que bastou para que outros cercassem o carro em que estávamos, impedindo que saísse. Chutaram-no, socaram os vidros, puseram-se na frente com faixas e cartazes impedindo a visão do motorista. Só desistiram da agressão quando um grupo de PMs chegou para abrir caminho e permitir que o carro andasse.
Foram instantes de tensão que permitiram sentir a violência que está no ar nesses dias em que, como previu o Ministro Gilberto Carvalho, “o bicho vai pegar”. É claro que o que aconteceu com a blogueira cubana Yoani Sanchez nem se compara, mas o ocorrido na noite de sexta-feira mostra bem o clima belicoso que os manifestantes extremistas estão impondo a seus atos supostamente de protesto.
E é impressionante que jovens ditos revolucionários se empenhem em defender um sistema arcaico que só interessa às corporações sindicais que já estão instaladas nos portos e a empresários que se beneficiam de privilégios que emperram a economia brasileira. A presidente Dilma está certa ao não aceitar as pressões políticas para mudar a medida provisória dos portos, essencial para a revitalização da
economia.

Navalha

Como diria o Mino, é do conhecimento do mundo mineral que o cérebro e o banco por trás da oposição à abertura dos portos é o imaculado banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.

Clique aqui para ler sobre a Santa Aliança Dantas- Paulinho; e aqui ; e aqui, na Carta Capital.

A ligação deles chegou a inspirar amigo navegante que passou a chamar o Paulinho da Forca, que foi do Cerra, de "Pauzinho do Dantas".

"Daniel Dantas", porém, é um nome impróprio no Globo.

Por que será?

Quando presidia a Brasil Telecom, Ricardo K (uma letra que aponta para direcões divergentes) entregou de presente aos filhos do Roberto Marinho - eles não têm nome próprio - todos grampos que o imaculado banqueiro fez dos três, no ambito do litígio que envolvia a turma com a Itália Telecom, imaculada empresa, como se sabe.

E mesmo de posse desse tesouro jornalístico, o Globo jamais deu uma mísera linha sobre a palpitante matéria.

Nem consta que os três tenham denunciado à Polícia o autor dos grampos.

Viva o Brasil !

E a Urubóloga, que escreveu a saga tucana do Real - clique aqui para ler "FHC sequestra o Bolsa Família" - e o perfil de seus Doze Cesares, ali omitiu a Privataria, e, portanto, o imaculado banqueiro, seu Máximo Heroi.

A Globo está careca de saber quem é o imaculado banqueiro.

Logo, seus mervais pigais (*), idem.

É por isso, amigo navegante, que mesmo sob uma ameaca física, em que correu risco de vida, Ataulfo Merval de Paiva (**) é incapaz de expor o Daniel Dantas.

Como diz o Mino Carta, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.

E jornalista chama patrão de colega.

Viva o Brasil !

(Em tempo: "MAR" vem de Marinho.)

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.