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Fonteles desnuda Johnbim

Na Comissão da Verdade, Fonteles pode restabelecer algumas verdades. Uma delas, sobre o verdadeiro caráter do Johnbim.
publicado 26/12/2012
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Saiu no Globo importante entrevista com Cláudio Fonteles, Procurador da República quando o MP não se tinha transformado num monstro, e, hoje, coordena a Comissão da Verdade.

O título da entrevista é “O que importa é criarmos uma grande rede protetiva da democracia”.

Ele quer que antigos centros de tortura – como a Casa da Morte no Rio e o DOI-Codi de São Paulo, onde trabalhava o Coronel Ustra – virem espaços de memória.  

Globo - As primeiras respostas dos militares davam conta de que os documentos haviam sido queimados ou destruídos...

Fonteles - A Comissão marcou posição clara em três pontos. Primeiro, mostrou que a tese, sustentada pelo (ex-) ministro (Nelson) Jobim, da Defesa, de que foi legal o procedimento de eliminação de documentos, não estava certa e de que isso era ilegal. O outro ponto diz respeito à correção do registro de morte, como no caso de Vladimir Herzog. E a outra posição foi mostrando que não existem dois lados.

Navalha

Um dia, um ansioso blogueiro enviou correspondência ao Procurador Geral Claudio Fonteles em que descrevia as relações espúrias, promíscuas e provavelmente criminosas entre um imaculado banqueiro – depois agraciado com dois HCs Canguru – e a instituição chamada de “xerife do mercado”, a Comissão de Valores Mobiliários.

A suspeita era de um intercâmbio maculado entre um suposto xerife e um suposto bandido, no faroeste do “mercado”.

Sabe o que fez o Procurador Fonteles, amigo navegante ?

Mandou um Procurador do Rio – porque no Rio se desenrolava o intercâmbio – investigar a denúncia.

A investigação se tornou uma ação judicial.

Que se perdeu nas entranhas da Justiça (?).

Fonteles foi um não-brindeiro.

Agora, sem papas na língua, ele desmascara o Johnbim.

Johnbim que o Fernando Henrique mandou para o Supremo.

(Com o Gilmar Dantas (*) e a Ellen Gracie, aquela da súmula vinculante “Dantas não é Dantas, mas Dantas”.)

Johnbim, aquele que aparece no WikiLeaks num diálogo traíra com o embaixador americano, ao boicotar o que um certo colonista de múltiplos chapéus chama de “diplomacia de atabaques”.

Como se recorda o amigo navegante, Johnbim e Celso Amorim serviam ao mesmo Presidente, o Nunca Dantes.

Johnbim foi quem produziu a “babá eletrônica” para dar apoio ao Gilmar Dantas (*), na trampa do grampo sem áudio que resultou na demissão do ínclito delegado Paulo Lacerda.

Depois, na Defesa, Johnbim foi o autor dessa proeza: considerar que incinerar documento sobre tortura era jóia, legal, massa !, tudo bem !

Nada demais num homem público que confessou ter enxertado um artigo na Constituição sem que o artigo tivesse sido votado pelos constituintes.

Nada demais, também.

Agora, no julgamento do mensalão (o do PT), os Chinco Campos (**) reescreveram vários artigos da Constituição, e tudo bem, massa !

Johnbim fez escola – na escolinha do professor Chico Campos.

Viva o Brasil !

Viva o Dr Fonteles !, que, na Comissão da Verdade, pode restabelecer algumas verdades.

Uma delas, sobre o verdadeiro caráter do Johnbim.

 




Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

(**) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Câmara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico  Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo –  Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do  apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”.