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Não tem Orçamento ? Culpa da Dilma

Fux só fechou o Brasil porque a Presidenta decidiu não fazer política. A Presidenta cuida de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e quantitative easing.
publicado 20/12/2012
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O Brasil funcionou 12 anos sem o Fux.

Dois anos do sombrio Governo Fernando Henrique, oito gloriosos do Lula e dois (que seguem na mesma linha, por enquanto) da Dilma.

E ninguém sabia que o Luiz Fux existia.

Aí, o guitarrista e judoca Fux, que se expôs impudicamente na barganha faustiana (só faltou pedir apoio ao Faustão) para chegar ao Supremo, resolveu consertar o Brasil.

E estabeleceu que, para votar o veto aos royalties, o Congresso tinha que cumprir a Constituição e votar as medidas provisórias na ordem cronológica.

A mais antiga tinha doze anos.

E o Brasil, aparentemente, ao longo desses doze anos, conseguiu funcionar sem que ela tivesse sido votada.

E sem o Fux.

Resultado, o Congresso não votou nada e o Orçamento de 2013 fica para fevereiro.

Ou seja, o Brasil passará dois meses sem a lei que permite realizar gastos.

Ninguém sabe de quanto vai ser o Salário Mínimo proposto.

Seria interessante se, nesse período, a Casa Civil da Presidência suspendesse o pagamento do Ministro Fux, para ver o que acontecia …

A apreciação da decisão monocrática do Fux só pode ser feita quando o plenário do Supremo voltar a funcionar – em fevereiro.

Até lá, só quem tem a caneta é o Presidente Joaquim Barbosa.

Que beleza !

Dois meses de Supremo Governo !

Por que o Ministro Fux, tão zeloso, não decidiu também sobre a ADIN do professor Comparato que manda o Congresso regulamentar os artigos da Constituição que versam sobre a Comunicação de Massa ?

E, aí, não são doze anos, mas 24 anos !

Desde 1988 e o Congresso, nada !

Mas, quem sabe, isso poderia deixar os cariocas da rua Lopes Quintas chateados …

Estragaria a ceia de Natal dos filhos cariocas do Dr Roberto Marinho – eles não têm nome próprio.

(Pelo mesmo motivo, quem sabe ?, o decano Celso de Mello ainda não votou a ação que considera a TV Globo de São Paulo uma apropriação indébita.)

O Ministro Fux só consertou o Brasil porque a Presidenta Dilma decidiu não fazer política.

Quem faz politica, aparentemente, é o Ministro amarelo da Justiça, o Cardozo.

A Presidenta cuida de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e quantitative easing.

Amigo navegante, pondere com o ansioso blogueiro.

Não é preciso ser o Bobbio ou o Maquiavel para perceber que está em curso um Golpe de Estado.

Tramado entre o Projac e o Supremo, os dois mais conspícuos exemplos contemporâneos da Casa Grande.

O veto aos royalties é enrosco típico de um regime federativo.

Em que o Rio de Janeiro presta um desserviço ao pais.

(Mas, deixa isso pra lá, senão os amigos de Marechal vão ficar aborrecidos com o ansioso blogueiro.)

Na suposição de que “isso é com o Congresso”, a mais alta mandatária da Nação, que ocupa o cargo superior da hierarquia política do país, absteve-se.

E o impasse institucional, capítulo secundário no quadro mais amplo do Golpe, foi entregue aos líderes (?) do Governo no Congresso.

Sim, porque a Presidenta não podia se imiscuir na política suja.

Isso não é com ela.

Ela trata de números.

Aí, ela é IMPLACÁVEL !

E o Golpe rola !

Ley de Medios ?

Iaso vai desestabilizar a Nação - e a Globo !

E deixa o Supremo pegar o Lula, o “safo”.

Deixa o Supremo prender o Dirceu na Missa do Galo, antes de os recursos serem julgados.

E deixa o Fux parar o país, para consertá-lo.

Essa crise é a menorzinha das que estão por chegar.

Não é à toa que o Nunca Dantes vai para a rua.

A elite não vai engolir mais seis anos de governos trabalhistas.

Ou mais dez, se o sucessor da Dilma for o Lula.

Como diz o Mauricio Dias, “eles sabem que esse Governo não é o deles”.

Não adianta bajular a elite, fritar bolinho com a Ana Maria Braga.

Assim sendo, caberia à Presidenta da República, como Governo e árbitro político, sentar com o Supremo e o Congresso e preservar, ao menos, o Orçamento.

Negociar, ponderar, ir ,voltar, ouvir, sentar, avaliar os imponderáveis e incomensuráveis.

Ceder e não ceder.

Fazer política.

E preservar o Orçamento !

E evitar o caos.

Fux conseguiu fazer o que Newt Gingrich, um baluarte da extrema-direita americana, a mais raivosa, fez no Governo Clinton: fechou o Executivo e suspendeu a aplicação do Orçamento.

Este é o Supremo brasileiro, sem tirar nem pôr.

E a presidenta, ali, a ver navios.

Construídos IMPLACAVELMENTE no prazo !


Paulo Henrique Amorim