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Supremo tem 55 anos de atos de ofício

São 55 anos de fidelidade ao “ato de ofício”. Não há em suas biografias nenhuma condenação por “presunção de suspeição”.
publicado 20/09/2012
Comments

Liga de Bizâncio o Imperador Juliano, autor de um obscuro vade-mécum sobre Direito Civil.

- Estou muito impressionado, ansioso blogueiro, com a sua notícia de que o Ministro da Suprema Corte, Gilmar Ferreira Mendes reafirmou o princípio do “ato de ofício” para condenar servidor público.

- É verdade, Imperador. É o que eu chamo aqui neste irresponsável blog de “batom na cueca”. Tem que ter o batom na cueca...

- Me poupe, meu filho.

- Perfeitamente, Imperador.

- Você certamente há de ter percebido o alcance dessa recuperação.

- Confesso que não, Imperador.

- É que não se pode condenar alguém por “presunção de suspeição”...

- Ah! … deve ser o que o brindeiro Gurgel chama de “provas tênues”.

- Não sei a quem você se refere.

- Nem precisa, Imperador.

- Eu gostaria de observar, aqui com os botões do Mino Carta …

- É, o Mino tem a mania de falar com os botões...

- Aqui com os meus botões fiz uma conta elementar.

- Como assim, Imperador ?

- Veja bem, meu filho. Tente me acompanhar. O Ministro Gilmar tem dez anos de Suprema Corte.

- Sim, foi o que fez o Fernando Henrique Cardoso. Um dia ele pagará por isso.

- Mas, vamos em frente. Veja bem. O Ministro Marco Aurélio de Mello ...

- Collor de Mello …

- Como você quiser. O Ministro Marco Aurélio tem 22 anos de Suprema Corte. E o decano, Celso de Mello, tem 23.

- Desculpe, Imperador, mas, e daí ? Não alcanço.

- Meu filho, são 55 anos de fidelidade ao “ato de ofício”. Não há na biografia deles nenhuma condenação por “presunção de suspeição”.

- Sim, e daí, Imperador ? Para julgar o José Dirceu vale tudo.

- Não é bem assim, meu filho. Eles, esses três, os mais antigos e respeitados da Casa, tem uma biografia a construir. Não é assim, no vapt-vupt …

- Como é que é Imperador ? … vapt-vupt .. isso não é uma linguagem imperial.

- É que eu sinto muita falta do Chico Anysio.

- Todos nós, Imperador. Todos nós.

- Pois é, meu filho. O Celso de Mello, o Marco Aurélio e o Gilmar jamais condenaram um José Dirceu …

- Como assim ?

- Sem ato de ofício.

- Mas agora é diferente.

- Não é não, meu filho. Os três tem espelho em casa.


Paulo Henrique Amorim