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Dormirá Gurgel sobre corrupção no Exército ?

Na Semana da Pátria, Mauricio retoma grave denuncia de corrupção que envolve o Exército Nacional e o Procurador Roberto Tênue Gurgel
publicado 08/09/2012
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A seção “Rosa dos Ventos” do Mauricio Dias, na Carta Capital, é imperdível.

Na Semana da Pátria, Mauricio retoma grave denuncia de corrupção que envolve o Exército Nacional e o Procurador Roberto Tênue Gurgel:

Corrupção :Um foco

Dnit tornou-se um nome mal afamado. Esta é a sigla do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, órgão do Ministério dos Transportes envolvido em suspeitas de alianças de corrupção tanto com o escancarado mundo político quanto com fechado mundo da caserna.

Não por acaso o ex-diretor geral do DNIT, Luis Fernando Pagot, foi chamado a depor na CPI do Cachoeira. Ameaçou falar o que sabia. Porém, ao depor, calou-se. Ele lidava com contratos de interesse das empreiteiras como, por exemplo, a Delta de Fernando Cavendish.

Corre à margem do trabalho rumoroso dessa CPI, o caso envolvendo o DNIT e o Instituto Militar de Engenharia (IME), em curso na 2ª Auditoria Militar, no Rio de Janeiro.

Há seis militares denunciados por crime de peculato em torno de licitações a partir de convênios firmados com o DNIT, apurado em Inquérito Policial Militar.

Afora esses oficiais, uma ponta do problema aponta para o comandante do Exército, Enzo Peri. Por ter foro privilegiado a denúncia foi ao procurador geral da República, Roberto Gurgel.

Desde então, ao que se sabe, adormece em alguma gaveta.


(A propósito, convém rever - http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/08/20/collor-procuradores-entregaram-investigacao-secreta-a-veja/ - o que diz o Senador Collor sobre a relação de procuradores da República com a quadrilha do Cachoeira, através da Veja, o detrito de maré bixa.)

Na mesma edição, Mauricio trata do Cerra: sete vezes candidato em doze anos.

(Este Conversa Afiada defende a tese de que o Cerra resolveu seguir a profissao do Janio Quadros: renunciar e ser candidato.)

Diz Mauricio:

O sonho de Serra e o pesadelo do eleitor -


É possível escolher, em lista razoavelmente variada, a razão para a dificuldade que enfrenta a candidatura do tucano José Serra nessa nova disputa pela prefeitura paulistana. Uma delas: nos últimos 12 anos, ele participou de sete eleições para os três níveis do Executivo – municipal, estadual, nacional – e, agora, dá sinais de fadiga. Outra: sofre o efeito direto da administração do prefeito Gilberto Kassab, com alta avaliação negativa. O mau desempenho da criatura engole o criador. E não é tudo.

Cada argumento, porém, tem um próprio e específico nível de influencia nas dificuldades do candidato tucano. No entanto, o que parece ser o fator determinante é a renúncia movida pela obstinação de chegar à presidência. São dois os momentos frustrantes para os eleitores. Ele desistiu da prefeitura, em 31 de março de 2006, pouco mais de um ano após ter sido eleito. Entregou a prefeitura a Kassab para tentar a presidência. Sem sucesso. Repetiu a dose, em abril de 2010, quando desistiu do governo estadual para candidatar-se, pela segunda vez à presidência. Enfim, está sempre pronto a trocar São Paulo por Brasília.

O sonho presidencial de Serra, hoje com mais de 40% de rejeição na capital paulista, virou pesadelo para os eleitores.

“A questão nacional pode contaminar a escolha do candidato a prefeito, mas isso não contamina a escolha do eleitor que é, essencialmente, definida por questões locais, pela administração da cidade”, afirma o cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ele é um especialista atento às artimanhas do processo eleitoral. Mostra isso em “Eleições no Brasil – Do Império aos dias atuais” (Zahar) que chegará às livrarias nos próximos dias com documentação rica e inédita como as atas das eleições das governanças das cidades de Cabo Frio e Paraty no período colonial.

“Esse material mostra a longa tradição das eleições locais”, diz Jairo Nicolau.

Essas competições eleitorais só sofreram interrupção nos hiatos autoritários entre os anos 1930 e 1945 e, posteriormente, nos 20 anos da ditadura militar implantada em 1964.

A normalização do processo foi retomada com eleições locais alternadas com as eleições nacionais a partir de 1986. Dessa alternância nasceu uma tese, furada, de influência nacional nos pleitos municipais.


(...)