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A “espetacularização”: à moda da PF do Zé

Os ricos foram devidamente protegidos. Trinta e um mandados de prisão. E nenhum nome. Nenhuma algema. Nenhuma foto
publicado 18/08/2011
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Saiu no Estadão:

A “Operação Alquimia” foi um espetáculo.

A foto da ilha.

O vôo do helicóptero.

A maior operação já feita pela Polícia Federal: trezentos homens em ação.

Trezentas empresas apanhadas com a boca na botija !

Uma evasão fiscal de R$ 1 bilhão.

Sensacional !

Um espetáculo.

Com aquele zumbido do helicóptero do comandante Hamilton ao fundo.

Um píer.

Lanchas.

Jet skies.

E o que é melhor.

Os ricos foram devidamente protegidos.

Trinta e um mandados de prisão.

E nenhum nome.

Nenhuma algema.

Nenhuma foto.

Tudo protegido sob o manto sagrado do “sigilo”.

É uma contribuição da Polícia Federal do Zé – acompanhe por que o chamam de Zé – à Civilização Ocidental.

Um mega-crime sem criminosos.

Sem algemas.

Um espetáculo do jeito que o ex-Presidente Supremo do Supremo e o Ministro Marco Aurélio de Mello gostam: a Constituição (sem algemas) !

Aos poucos, porém, começam os vazamentos.

Como se sabe – e o Bessinha percebeu isso muito bem, ao tratar dos vazamentos na Operação Voucher, na Polícia Federal do Zé ocorrem vazamentos como com os penicos de asilo.

Vazamentos qualificados, bem entendido.

Não é qualquer vazamento.

Vazamento como as reportagens da revista Época (da Globo), com a Operação Satiagraha II.

E nos vazamentos, os nomes surgem aqui e ali nos portais online.

Um nome ali, um acolá.

Nada que a PF ou Receita tenha informado ao distinto público.

Mas, no sussurro, no off, na inconfidência selecionada.

A opinião pública não merece saber quem são os responsáveis pela maior evasão fiscal já localizada no país.

Mas, alguns jornalistas têm acesso ao nome de alguns suspeitos.

Alguns.

É assim que funciona a Republicana Polícia Federal do Zé.

Um espetáculo !

Em tempo: segundo o Estadão, na pág. B5, reportagem de Renée Pereira mostra que “Sócios (apanhados na Operação Alquimia) foram investigados pela Satiagraha”.

Êpa ! Êpa !

Satiagraha ?

Onde foi que o amigo navegante já ouviu falar desse nome ?

Diz ainda a reportagem que “um ano antes ... sócios também fundaram uma mineradora GME4, agora sob o comando do Grupo Opportunity, do empresário Daniel Dantas”.

Êpa ! Êpa !


Paulo Henrique Amorim