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Cerra entrega a rapadura: distrital é da Associação Comercial

O post do bolotaço.com confirma o que se suspeitava: o voto distrital é sonho de consumo da elite
publicado 12/05/2011
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O excelente Tijolaço deu uma bela tacada.

O bolotaço.com do Padim Pade Cerra defendeu o voto distrital com os argumentos da Associação Comercial de São Paulo, o capítulo local da vanguarda do atraso.

O líder espiritual da Associação Comercial, como observa o Brizola Neto, é o grande progressista Guilherme Afif Domingues, cujas melhores idéias ele extraiu de um colonista (*) do Globo, também conhecido como Paulo Misguided.

Esse post do bolotaço.com confirma o que se suspeitava.

O voto distrital é sonho de consumo da elite, da Associação Comercial.

O voto distrital contém o espaço político no distrito eleitoral.

Ou seja, o brasileiro mais poderoso passará a ser o diretor do IBGE, que dividirá o Brasil em distritos.

Em São Paulo, por exemplo.

Se o presidente do IBGE fosse o Gesner de Oliveira, aquele que presidiu a Sabesp do Cerra e vendeu esgoto no Acre, se fosse ele, o Distrito de Higienópolis, sozinho, elegeria cem deputados.

O voto em lista única tem esse defeito, como diria o Miguel Arraes: quanto vai custar entrar na lista.

E quanto vai custar a divisão em distritos ?

O voto distrital, além disso, inibe a renovação da classe política, provincianiza a política e o debate das políticas públicas, e facilita concentrar o dinheiro na campanha eleitoral.

Portanto, inibe a representação e anaboliza o poder do dinheiro na eleição.

Do jeito que a Associação Comercial gosta.

Como o Tea Party dos Estados Unidos fez na ultima renovação do Congresso.

Mirou nos distritos onde os candidatos progressistas, democratas, eram mais vulneráveis e derramou um monte de dinheiro.

Os maiores defensores do voto distrital são o Padim Pade Cerra e o Farol de Alexandria.

Eles pregam o voto distrital como um “avanço”, que é como o Farol denomina a capitulação a um formato proveniente da Metrópole.

No fundo do baú, está lá, depositado: conter a democracia de massas com o poder da grana.

Onde o PiG (**) desempenha papel central, é claro.

Essa parecia uma discussão quase acadêmica.

Até que o Cerra fez o favor de abrir a porta da dissimulação: quem quer o voto distrital é a associação comercial.

Ele é um jenio !


Paulo Henrique Amorim



(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.