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Protógenes quer testemunhar contra Dantas e evitar escândalo no Judiciário

O passador de bola pretende jogar no lixo a Operação Satiagraha, que o prendeu duas vezes
publicado 17/03/2011
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O ínclito delegado e hoje deputado federal Protogenes Queiroz apresentou-se à Justiça para testemunhar no julgamento de Habeas Corpus pedidos pelo passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.

Entre outras pequenas providências, o passador de bola pretende jogar no lixo a Operação Satiagraha, que o prendeu duas vezes (e o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*) o soltou duas vezes, num espaço de 48 horas, um record da Magistratura Mundial).

A assessoria do deputado federal encaminhou a este ansioso blog os documentos que indicam essa intenção do ínclito delegado.

O amigo navegante também observará que o ínclito delegado pede para que um juiz do Superior Tribunal de Justiça, desembargador Adilson Macabu, seja impedido de julgar os HCs.

Por uma incrível coincidência – como se sabe, a vida de Dantas é cercada de incríveis coincidências no Judiciário – TODOS os julgamentos dos HCs caíram na mão do desembargador Macabu.

Acontece, como se vê num documento enviado por Protogenes, que o filho do desembargador trabalha no escritório do notório advogado Sergio Bermudes.

Bermudes é o principal advogado civilista do passador de bola.

E, entre outros notáveis atributos, segundo reportagem de revista de banqueiros para banqueiros, mantém relações para lá de amistosas e cordiais com o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo.

(Se notará na revista dos banqueiros para banqueiros que Bermudes e o corajoso Ministro Joaquim Barbosa não se bicam. O que quer dizer muito ...)

E mais: O relator do processo, o Desembargador MACABU, é "emprestado" do TJ-RJ, onde Daniel Dantas se movimentava como se estivesse no calçadão de Ipanema, em frente ao prédio em que mora, no Rio.

A decisão do Desembargador Macabu num dos HCs que Dantas impetrou acabaria com todo o processo e com todas as provas da Satiagraha, porque gente da ABIN, do ínclito Dr. Paulo Lacerda, participou da operação.

Mesmo que isso fosse proibido (o que não é, segundo voto de Carlos Alberto Direito, no Supremo), o suborno do Dantas a um delegado, transmitido pela TV, no jornal nacional, não teve ninguém da ABIN, mas também seria anulado (e, aí, por esse inesquecível vídeo, Dantas foi condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa !)

O juiz que "acompanhou" o voto do relator nesse HC é Napoleão Maia, que já tinha sido o único voto a favor do Dantas, quando ele perdeu de 4 x 1 em outro HC sobre os mesmos temas (pode isso? fazer 1000 HCs sobre os mesmos temas? e o Ministério Público, quieto?)

Aparentemente, um HC não tem apelação.

Isso significa que, se o processo for "trancado" pelo Desembargador pai de Adilson Macabu Filho todos os crimes do Dantas e todas as provas flagrantes colhidas, todos os investidores corruptos do Opportunity Fund e investidores da BrOi, toda a corrupção – a maior do capitalismo brasileiro ! - estará perdoada e esquecida pela Justiça.

O gesto corajoso do ínclito delegado Protógenes Queiroz – apresentar-se como testemunha e invocar a suspeição do pai de Adilson Macabu Filho – significa que Protogens, na verdade, tenta evitar um escândalo que, cedo ou tarde, com ou sem o CNJ, macularia de forma indelével o Judiciário brasileiro.

Um mesmo Desembargador, pai de Adilson Macabu Filho, em múltiplos HCs, apaga da memória jurídica do país os crimes que Gilmar Dantas (*), primeiro, absolveu.

Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

 

Clique aqui para ir à revista Piauí, que, segundo Sebastião Neri é de banqueiros, por banqueiros, para banqueiros.