Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / Papa ao Moro: não negocie a verdade!

Papa ao Moro: não negocie a verdade!

Dar prioridade aos direitos sociais, viu, Conge?
publicado 04/07/2019
Comments
Untitled-2.jpg

Em 2013, o Papa esteve na Favela da Maré, em Manguinhos, onde viveu Marielle. Depois telefonou para a mãe da Marielle, no enterro, em 5/III/2018.

O Conversa Afiada reproduz do site Rede Mundial:

QUE A INJUSTIÇA NUNCA TENHA A ÚLTIMA PALAVRA

Este mês, o Papa confia a Deus as pessoas que administram a Justiça para que a injustiça nunca tenha a última palavra. Na edição de julho de O Vídeo do Papa, Francisco pede a todos os católicos que rezem pelos magistrados, tribunais, juízes e advogados envolvidos no exercício da Justiça pelo mundo inteiro, para que o seu trabalho se guie sempre por uma reta intenção e critérios íntegros.

O Sаnto Padre realça que a Justiça tem de estar sempre ao serviço das pessoas, respeitando a sua dignidade em todos os momentos. Pede, inclusivamente, que sigam o exemplo de Jesus, “que não negocia nunca com a verdade”.

O fenómeno maligno da corrupção na Justiça afeta a coexistência pacífica e próspera entre as pessoas e as nações. O Papa preocupa-se sobretudo com as feridas que isto provoca no tecido social. Segundo a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (Nova Iorque, 2004), a integridade da Justiça é severamente ameaçada pelo flagelo da corrupção. Além disso, tem um impacto muito forte na vida dos mais pobres, já que alimenta a desigualdade.

Quando o contexto social é marcado pela pobreza, pela fome e pelo sofrimento, os profissionais da Justiça emergem como atores indispensáveis para que estas condições não dêem lugar àquilo que o Papa denomina de “um caldo de cultivo da ilegalidade”. Unicamente o valor irrenunciável da Justiça pode garantir o correto funcionamento da vida pública.

Para o Sаnto Padre, a Justiça não pode ser meramente um “traje ocasional”, um disfarce que somente se utiliza para ir a festas. Por isso, neste mês de julho, Francisco pede especialmente que se reze para que os responsáveis pelo exercício judicial sejam capazes de trabalhar com integridade, sem interesses mesquinhos, nem intenções ocultas, num registo de transparência e imparcialidade.

Nas palavras do Sаnto Padre: “Dos juizes dependem decisões que influenciam os direitos e os bens das pessoas”. Isto acarreta uma responsabilidade muito grande, sobretudo para manter uma posição afastada do “favoritismo e das pressões que podem contaminar as suas decisões”.

O P. Frédéric Fornos, sj, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, que inclui o Movimento Eucarístico Juvenil, recorda as palavras do Papa na Pan America Judges Summit (3-4 de junho de 2019), sobre a batalha assimétrica e erosiva com a qual se confrontam muitas vezes os juizes: "a defesa ou priorização dos direitos sociais sobre outros tipos de interesses, levar-vos-à a confrontar-vos não só com um sistema injusto mas também com um poderoso sistema comunicacional do poder, que distorcerá frequentemente o alcance das vossas decisões, colocará em causa a vossa honestidade e integridade e podem inclusivamente julgar-vos”.

A intenção de oração do Papa deste mês dirige-se a todos os que têm em suas mãos a sorte de tantas pessoas, “porque quando a justiça chega tarde ou não chega, provoca muita dor e sofrimento”. Por isso, o desejo e a esperança de Francisco é que a injustiça nunca tenha a última palavra.

Do Facebook do Instituto Lula:

Leia também no Conversa Afiada: