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Barril a US$ 27: senta que a crise é braba!

A Petrobras vai ter que dar uma recueta!
publicado 18/01/2016
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O perigo é o FHC querer vender de novo...

A economia mundial caminha célere para uma deflação de preços e de ativos. Isto significa: o segundo tempo da crise financeira global. O arranjo sino-americano que comandou a expansão  entre 94 e 2007 desmoronou.

O ansioso blogueiro recebeu de um arguto amigo navegante essa resumida analise do significado do barril de petróleo a US$ 27.

(Leia a aula de Sergio Gabrielli)

Tomou um susto: o arranjo se desmoronou !

E imediatamente ligou para o Tiresias, o profeta cego que vê longe.

Mais longe que a Urubóloga e seus economistas de bancos, que não previram que o preço do petróleo chegaria a US$ 27, e ganham a vida a fazer previsões.

- Grande Profeta, quer dizer que vaca foi pro brejo ?

- Foi.

- Foi ?

- Foi.

- O que aconteceu ?

- Como diz o teu amigo,  o casamento de China com os Estados Unidos acabou em litígio furioso.

- Como assim ? Que casamento ?

- Os chineses davam dinheiro para as famílias americanas comprarem produtos chineses. Os americanos fingiam que não estavam mergulhados num buraco, estouravam o cartão de crédito e os chineses se enchiam de ganhar dinheiro.

- O que faziam os chineses ?

- Investiam. Onde já se viu um país investir 50% do PIB ? E produzir mais aço do que o mundo pode consumir em cem anos ! Construir uma ponte que ia do rio Amarelo ao Bósforo ! É porque eles estavam entupidos de dinheiro.

- E passaram a ser os maiores importadores de petróleo do mundo …

- Sim…

- E agora ?

- Agora, estamos na segunda fase da grande crise de 2008, aquela que a quebra do banco Lehman, em Wall Street, disparou …

- O que disparou, agora ?

- Esse barril a US$ 27…

- Mas, desde de 2008 os europeus, a troica europeia, o FED americano com o “qualtitative easing” tomaram providências …

- Isso foi band-aid, meu filho.

- Só isso ?

- Só. Eles iam contornando o furação com guarda-chuva. Porque na economia real, na vida das pessoas e das empresas, essa mezinha de fundo de quintal não pegou. E só provocou novas bolhas.

- Que bolhas ?

- Mega investimentos na China, na siderurgia e na construção civil, na infra-estrutura. Em exploração de petróleo e shale gas nos Estados Unidos. Os bancos começaram a comprar bonds de alto rendimento – e alto risco. E, com o “quantitative easing”, encheram os países emergentes, como nós, de dinheiro.

- Isso aí que o amigo Profeta descreve tem o cheiro de uma crise financeira, também…

- Mais do que cheiro, meu filho. O Banco Central de Dallas, no Texas, chamou os bancos e proibiu de comprar mais títulos das empresas de shale gás. Porque industria do shale gas americana está toda falida.  Inclusive as texana. Os bancos corriam o risco – se é que não correm ainda – de ir para o buraco com essas empresas.

- E o Brasil ?

- Bom, ao Brasil a crise vai chegar no lombo do carro de boi.

- Não é de navio ?

- Não, agora está mais para Capistrano de Abreu.  Crise chega aqui de carro de boi. O pessoal demora a perceber o tamanho do leão. Os americanos tem que explicar primeiro …

- E quando não explicam…

- Sobrevém a treva …

- Mas, e o Brasil, Profeta ?

- A Petrobras tem que dar uma recueta braba.

- Por quê ?

- Porque além do preço do petróleo desabar, as reservas dela, o cabedal, o estoque vale muito menos, calculado ao barril de US$ 27.

- Tem que parar de furar.

- Tem que parar de furar novos poços. Fazer o feijão com  arroz, e pagar a divida.

- Os estados que viviam pendurados nos royalties do petróleo...

- Pior. Viveram no passado. Eles anteciparam receitas  de petróleo que agora viraram pó.

- Quem se ferra mais ?

- Rio, Espirito Santo.

- Vao ter que reinventar a roda…

- Isso é até fácil…

- E a Dilma ?

- Vamos imaginar que até agora ela viveu num mar de rosas.

Pano rápido.

PHA e Tirésias