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Quem dava ordens ao Dr. Tibiriçá ?

O perigo é condenar os Eichmann e deixar os Adolfos soltos nas páginas do Historialismo pátrio
publicado 12/05/2013
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Este Conversa Afiada procurou resumir a tarefa de uma Comissão 1/1 da Verdade – clique aqui para ler “por uma Comissão 1/1 da Verdade”:

- cadê os corpos ?
- quem mandava em quem nas sessões de tortura ?
- quem mandava, operava e como funcionava a Operação Condor (onde se inclui o assassinato de Jango).


Se responder a essas perguntas, a Comissão 1/1 da Verdade terá cumprido seu papel: rever a vergonhosa Lei da Anistia que o Supremo abençoou em decisão espantosa.

Se não for atrás do “PIB da tortura, ou Paulo Sawaya” e se “não for atrás do Dr Roberto” e dos donos do PiG, a Comissão será um irremediável fracasso.

Vai pegar os Eichmann e liberar os Adolfos para as páginas do Historialismo pátrio.

E o Coronel Ustra poderá ir ao shopping comprar presente do Dia das Mães, ao lado da Beth Mendes.

Quem dava ordens ao Dr Tibiriça ?

Quem pagava as despesas do DOI-CODI e da Operação Bandeirantes ?

Como funcionava a cadeia de cumplicidade entre os torturadores e o PiG (*) ?

Por isso, o Conversa Afiada sugere que a Comissão leve a sério as declarações do coronel - http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/05/ustra-diz-que-dilma-integrou-grupo-terrorista-para-implantar-comunismo.html-, nesta sexta-feira, na catártica audiência:

O coronel reformado disse que fazia parte de uma "cadeia de comando" e que cumpria ordens.
“Eu era um agente do Estado, comandante de uma unidade militar dentro da cadeia de comando. Durante meu comando, nunca fui punido, nunca fui repreendido, recebi os melhores elogios da minha vida militar”, afirmou ao fazer a declaração inicial.

Ustra disse que não era ele quem deveria estar respondendo pelas acusações, mas sim o Exército. “Quem tem que estar aqui é o Exercito Brasileiro, que assumiu por ordem do Presidente da República, a ordem de combater o terrorismo e sobre os quais eu cumpri todas as ordens, ordens legais”, declarou.

 

O Conversa Afiada recomenda também que o amigo navegante acompanhe, na mesma catártica audiência, o testemunho do ex-sargento do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna do 2º Exército em São Paulo (DOI-Codi-SP) Marival Chaves:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-05-10/ex-membro-do-doi-codi-diz-que-corpos-de-militantes-eram-exibidos-como-trofeus

Ex-membro do DOI-Codi diz que corpos de militantes eram exibidos como troféus

10/05/2013  
Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O ex-sargento do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna do 2º Exército em São Paulo (DOI-Codi-SP) Marival Chaves disse à Comissão Nacional da Verdade que viu corpos de militantes políticos sendo expostos como uma espécie de troféu de guerra. A declaração ocorreu na mesma sessão em que a Comissão da Verdade tomou o depoimento do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi-SP, entre 1970 e 1974.
Ele relatou ter visto a cena envolvendo os corpos de Antonio Carlos Bicalho Lana e Sônia Maria Moraes Angel Jones. O episódio, segundo ele, ocorreu no final de 1973, quando Chaves, que integrou o DOI-Codi até o início de 1974, trabalhava como analista de informações. Ele narrou que “o casal foi trazido para o DOI [Codi] depois de morto e mostrado para o público interno. Eles tinham perfurações na cabeça, nos ouvidos, em vários lugares", disse Chaves, para quem o comando [a cargo do coronel reformado Brilhante Ustra], “era permissivo com este tipo de atitude”.
Segundo Chaves, isto teria ocorrido também com Yoshitane Fujimori, outro militante cujo corpo também teria sido exposto dentro do destacamento. Chaves disse que quem estava em posição de comando "era o senhor da vida e da morte", pois escolhia quem iria viver ou morrer.
Chaves, que já prestou dois depoimentos espontâneos à comissão, disse que Ustra, cujo codinome era Doutor Tibiriçá, participava das sessões de tortura e que durante sua passagem pelo DOI-Codi teria implantado dois centros clandestinos de tortura em São Paulo: um na Serra do Mar e outro na Estrada de Itapevi, na Rodovia Castello Branco.
Na Serra do Mar, de acordo com Chaves, foram mortos Antonio Carlos Lana e Sônia Angel Jones. Conforme relato do ex-sargento, algumas pessoas mortas no DOI-Codi tiveram os corpos jogados no Rio Avaré, em São Paulo.
Chaves disse, aos membros da Comissão da Verdade, que não participava das sessões de tortura e citou o sub-tenente Roberto Artone, também integrante do DOI-Codi e homem próximo a Ustra, como uma das pessoas do núcleo duro da estrutura de repressão. De acordo com ele, Artone poderia dar informações sobre desaparecidos políticos.
Antes de prestar depoimento, Chaves relatou ter recebido cartas com ameaças. Em seguida, entregou o material com as supostas ameaças. Logo após o depoimento, a Comissão da Verdade ouviu o vereador de São Paulo, Gilberto Natalini, que confirmou ter sofrido torturas enquanto esteve preso no DOI-Codi pelo coronel Ustra.
Edição: Carolina Pimentel
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Nao deixe de ler também: “Comissao da ½ Verdade tem medo de Tio Sam”; e “Dilma esculacha a Comissão da ½ Verdade”.

Em tempo: tem algum membro da Comissão que gazeteia, falta ao serviço ? Seria o caso de se saber quem é ? De substitui-lo ? - PHA

 

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.