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Príncipe se acha com moral para julgar Dirceu

Ele defende "domínio do fato" para ferrar o Dirceu. O domínio da Privataria ? Quem teve ?
publicado 06/10/2013
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O livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr, foi e é um sucesso de vendas.

Vendeu mais do que todos os livros do Príncipe da Privataria, juntos.

Ao Amaury se somou Palmério Dória, autor de “O Principe da Privataria”- a história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição, na mesma editora, a Geração.

Na capa aparece o “Senhor X”, Narciso Mendes, que mostra a cara e conta tudo sobre a compra da reeleição.

A primeira linha do livro de Dória é:

“Rameira ! Ponha-se daqui para fora!”

Era Fernando Henrique ao se dirigir à jornalista Miriam Dutra Schmidt, da Globo Overseas, que tinha ido ao gabinete do senador avisar que estava grávida dele.

Depois, dois exames de DNA comprovaram que o filho era de outro e, não, dele.

É este Varão de Plutarco que se arroga o direito enforcar o José Dirceu, em nome da “opinião pública”, da “maioria”.

E em nome da Moral e da Ética !

Viva o Brasil !

Neste domingo, o Príncipe da Privataria ocupa páginas nobres de dois exemplares do PiG (*), o Estadão de comatoso estado, e a Globo Overseas, outra defensora da Ética, que prefere não mostrar o DARF ...

Diz o Privateiro:

http://oglobo.globo.com/pais/a-responsabilidade-do-stf-10268079

Não cabem dúvidas de que a sensação de impunidade que a maioria das pessoas sente decorre menos das decisões do que da demora no término do processo.

Que maioria ?

O Marcos Coimbra, ao desnudar o Datafalha, mostrou que a maioria não deu a menor bola para o assunto.


houve desvio de dinheiro público.

Não houve.

A Retrato do Brasil, com a ancoragem do Fernando Morais, mostrou com didatismo e precisão que esse é o calcanhar que derruba o Mentirão: o dinheiro da Visanet não é público.

Público foi o dinheiro que o Andrea Matarazzo dava, na SECOM, à Globo, sem a correspondente audiência.

Com BV gordo !

No Governo do Príncipe.



Independentemente da doutrina do domínio do fato, ou seja, quem, sabedor dos atos ilícitos, podia mandar seguir adiante ou interrompê-los, formou-se na opinião pública a convicção de que os mais notórios personagens, por menos rastros que tivessem deixado, foram, sim, responsáveis.

Portanto, ele defende o “domínio do fato”.

Que, cedo ou tarde, a ele e ao Padim Pade Cerra se aplicará na Privataria e na compra da reeleição.

Ou o domínio do fato e o BV foram só para ferrar o PT ?

Como se sabe, além do Thomas Jefferson – única “testemunha”- , do “domínio do fato”, das “provas tênues” e da “verdade é uma quimera”- não há outras provas contra o Dirceu.


A opinião pública passou a clamar por castigo. A decisão de postergar ainda mais a conclusão do processo, graças à aceitação dos “embargos infringentes”, recurso de que só os doutos lembravam e sabiam dizer no que consistia, caiu como ducha de água fria. Por mais que o voto do ministro Celso de Mello tenha sido juridicamente bem fundamentado, ressaltando que o fim dos embargos infringentes no STF foi recusado pela Câmara dos Deputados quando do exame do projeto de lei que suprimiu esses embargos nos demais tribunais, ficou cristalizada na opinião pública a percepção de que se abriu uma chance para diminuir as penas impostas.

Vale a pena ver de novo: ele, o Príncipe da Privataria e seu fiel escudeiro, Gilmar Mentes (**) - a mais conspícua de suas malditas heranças - tentaram acabar com o embargo infringente, mas o Congresso não deixou.

“Ficar cristalizado na opinião pública é um perigo”: e se ficar cristalizado na opinião publica de que ele vendeu as joias da família e endividou a família ?

Que tudo não passou de uma Privataria ?

A indicação de dois novos membros do STF pelo governo, depois de tantos rumores de conversas com candidatos para comprometê-los com um comportamento brando no julgamento do mensalão, e a infausta tentativa do presidente Lula de pedir a um ministro para não votar logo o processo exemplificam a contaminação da pureza jurídica pelas pressões políticas. O último voto sobre os embargos infringentes — sem que esta fosse a intenção do ministro que o proferiu — deu a sensação de que haverá um abrandamento das penas. Sensação que se reforça quando os juízes recém-nomeados dizem que, havendo novo julgamento, poderiam opinar de modo contrário ao da maioria anterior.

Ele se alia ao Ataulfo Merval de Paiva (***), seu colega colega de bancada, na P36, e acredita que Gilmar Mentes (**) foi chantageado pelo Lula.

Embora seu Ministro, dele, FHC, Nelson Johnbim, tivesse dito e repetido que naquele episódio em que só estavam Lula, Johnbim e Mentes, o Mentes mentiu !

E como é que um ministro do Supremo é vulgarmente chantageado e não denunciou o chantagista à Policia ?

Ai, de novo, FHC faz o jogo rasteiro de empurrar no PiG (*) a versão que ele está careca de saber que é a versão mentirosa.

De novo, rasteiro, cerramente (assim mesmo, revisor, por favor, cerramente), ele insinua que a Dilma nomeou ministros para tirar Dirceu da cadeia.

E quem nomeou Gilmar ?

E quem nomeou Ellen Gracie, que se notabilizou pela  súmula vinculante do “Dantas não é Dantas, mas Dantas“ ?

O Príncipe tentou montar um Supremo que cobrisse a sua retaguarda, a retaguarda da Privataria.

E conseguiu – até que o presidente Barbosa legitime  Satiagraha .

… o tribunal deverá cuidar para decidir com rapidez e evitar a percepção popular de que tudo não passou de um artifício para livrar os poderosos da cadeia.

“Poderosos” ? O Genoino, o João Paulo, o Dirceu, uns pés rapados ?

De que vive o Cerra ?

Quem é sócio numa sorveteria do homem mais rico do país ?

Em Miami, sócia da irmã do Daniel Dantas ?

Quem tem um apartamento de 500 metros quadrados em Higienópolis e outro na Avenue Foche em Paris ?

Como se sabe, Mino Carta promoveu, um dia, na Carta Capital, uma enquete para saber quem era o maior Tartufo do Brasil.

O Príncipe da Privataria venceu disparado.

A farsa, porém, chega a seus atos derradeiros.

O PSDB agora é outro: é o casamento não consumado – veja o tempo de tevê - da Bláblárina com o Dudu Campriles.

A Big House encontrou outra barriga de aluguel.

Fora de São Paulo.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (***) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista (****) decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.

(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia. E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.