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Todo administrador público é refém do MP

Como disse o Sepúlveda Pertence sobre o MP: criei um monstro !
publicado 14/06/2013
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O ansioso blogueiro deu uma palestra para secretários estaduais ligados à área de economia.

O ansioso blogueiro tratava da chamada “crise”, a crise diária propagada no país pela tecnogolpia dos telejornais (?) da Globo.

Qual crise ?

Qualquer crise.

A do tomate, por exemplo.

Agora, a do naufrágio da Dilma nas pesquisas, por causa da inflação galopante – desabamento devidamente analisado pelo Mauricio Dias, que se antecipou ao Datafalha.

E tem a crise do empacamento do PAC, devidamente desmistificada pela Ministra Miriam Belchior, ao apresentar o balanço do PAC2.

Mas, não interessa.

Vivemos em crise permanente, uma crise grega, espanhola, ininterrupta.

Nos debates, o ansioso blogueiro percebeu uma certa inquietação com a responsabilidade deles próprios, na plateia, na “crise”, administradores públicos responsáveis pela “última milha”, a última etapa da obra.

O ansioso blogueiro tinha dito que, hoje, para um administrador público deslocar um paralelepípedo da calçada do lado ímpar para o lado par tem que prestar muita atenção ao documento que assinar: ele pode ser vitima do Ministério Público e do critério vago e ameaçador de “improbidade administrativa”; da CGU, do Tribunal de Contas, do Ibama; e, quando tudo estiver pronto, dos índios que, por exemplo, não querem deixar construir Belo Monte, por causa de um inexistente alagamento de suas terras originais.

Neste último caso é uma aliança protelatória entre os índios, o MP e, quem sabe ?, meia dúzia de ONGs americanas, protegidas sob o chale da Rede.

O ansioso blogueiro pareceu tocar num nervo exposto.

Não poderia imaginar a indignação generalizada contra o Ministério Público.

O prefeito assume em janeiro, é deposto pelo MP em março, por fazer licitação que não teve ainda tempo de fazer – contou um Secretário.

Lembrei que o MP de São Paulo e a Procuradoria Geral da República agora tem um Guardião para grampear quem ?, o que ?

No meu Estado o MP também grampeia.

Outro Secretário, de origem na Magistratura, se perguntou: onde já se viu investigar e indiciar?

E se houver má fé, se perguntou outro: grampear e investigar sem denúncia, para manter refém um homem público, um político ?

O ansioso blogueiro se lembrou de post aqui neste ansioso blog: o MP é o DOI-CODI da Democracia.

Como sair dessa, perguntou a discreta Secretária, intimidada como os outros ?

Pressionar nossos representantes no Congresso para que sejam judiciosos ao analisar a PEC-37.

Se houvesse IBAMA, MP e essa sucessão de obstáculos institucionais – cada um deles com sua agenda política - não teria sido possível construir o Cristo Redentor no Rio.

E muito menos Itaipu, que alagou as Sete Quedas, bradou alguém !

A Bláblárina se instalava em cima de uma das Quedas e lá não saía !

Mas, ia respingar muita água nela, ponderou uma alma caridosa.

Não tem problema: o Itaú forneceria o guarda-chuva, sugeriu um pragmático.


Paulo Henrique Amorim