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Globo marcou a data errada para o mensalão

A Globo aproveita e reescreve a História do Brasil num dia só: 4 de junho. A data que ela fixar.
publicado 23/05/2012
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O amigo navegante se lembra que o Globo convocou o Supremo para julgar o mensalão - que ainda está por provar-se - no dia 4 de junho.

Isso atenderia aos anseios dos mervais globais, que exigem a presença do Ministro Peluso na Corte, e ter certeza de que José Dirceu será condenado.

Na suposição de que Peluso queira se aposentar com um voto que condene alguém sem provas.

Mas, sabe como é, amigo navagente, quando a Globo quer ...

Nem o Temer e o Henrique Alves resistem.

Agora, lamentavelmente, o presidente do Supremo, Ayres Britto, no próprio Globo, se vê obrigado a desmentir o Globo.

Na pág. 12 da edição de hoje, Britto diz que a data impressa foi apenas "fictícia":

- Eu fiz apenas uma simulação. Botei 4 de junho como poderia ter sido 4 de agosto ou quatro de setembro. Eu não posso dizer minha preferência por data, porque o revisor (Lewandowski) não disponibilizou o voto e ele tem que ser respeitado em seu planejamento. Foi só um exemplo.


É, Presidente Ayres Britto, mas não adianta.

A Globo tem o seu próprio "planejamento".

Tanto assim que ainda hoje, no subtítulo, apesar de sua declaração inequívoca, o Globo diz:

"Ministro Ayres Britto propõe analisar a partir de 4 e junho, mas voto de revisor não deve estar pronto até lá".

Não adianta.

A Globo preside o Supremo, a CPI e o PiG (*), acima de tudo.

Para a Globo, Dirceu já foi condenado.

E, com ele, a Dilma, o Lula, o Brizola, o Jango, o Vargas e Julio de Castilhos.

A Globo aproveita e reescreve a História do Brasil num dia só: 4 de junho.

A data que ela fixar.

Este Conversa Afiada concorda com o Vander e acha que o Supremo deve julgar o mensalão logo.

Antes, é verdade, preferia que o Supremo legitimasse, de vez, a Operação Satiagraha.

Mas, quer ver o Supremo condenar o Dirceu.

É porque o Conversa Afiada não consegue conter certa admiração pelo "castilhismo".

Só por isso.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.