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O Brasil não é vulnerável ! Krugman discorda da Urubóloga

O mais importante é o Banco Central aceitar a queda do Real.
publicado 17/03/2014
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A revista Carta Capital traz Paul Krugman ao Brasil.

Por isso, na edição desta semana – onde se lêem primorosas análises do Mino, do Mauricio Dias e do Marcos Coimbra - Eduardo Graça publica importante entrevista com o Prêmio Nobel de Economia de 1998.

Como se sabe, Krugman está longe de equiparar-se intelectualmente à Urubóloga, a mais exuberante pensadora neolibelês (*) que o Brasil foi capaz de produzir.

Nem o Padim Pade Cerra - agora, memorialista do Golpe de 1964 - construiu obra que à dela se compare.

Krugman escreve no New York Times e a Urubóloga no Globo.

Logo, ela deve olhar para ele de cima para baixo...

Mesmo assim, nessa entrevista, Krugman faz observações pertinentes, embora sujeitas a replicas devastadoras da Urubóloga.

Diz ele:

- apesar do que disse o FED americano, o Brasil não está vulnerável;

- não há um déficit gigantesco em moeda estrangeira, a situação fiscal é aceitável; e a inflação não é significativamente alta;

(Na verdade, no artigo que escreveu sábado no New York Times – não é o mesmo que o Globo, mas … -, Krugman relembra que ATÉ o FMI adverte que uma inflação muito baixa traz o perigo da “lowflation”: a economia corre o risco de “japonificar-se” e cair na armadilha da   estagnação econômica com divida intratável.

Krugman sugere que o FED americano aumente a meta de inflação, para alguma coisa entre cinco ou seis por cento, para permitir uma aceleração do aumento dos salários.

Por essas e outras, o Lula ainda vai ganhar o Prêmio Nobel de Economia.)

- o fato de o Real ter sido, recentemente, a moeda que mais se valorizou “é uma prova de que a economia brasileira tem capacidade de navegar nos altos e baixos das flutuações monetárias, com eventuais solavancos".

- não foi a injeção de estímulos na economia que originou o fluxo de capitais para o Brasil, e sim a depressão econômica nas grandes economias do Norte;

- Brasília não deveria reagir com mão pesada à desvalorização do Real;

- Brasília deveria se preocupar um pouco com a possibilidade de crescimento da inflação, mas o maior perigo é o Banco Central apertar demais os cintos em um esforço para proteger o Real.

Navalha

Como se sabe, nada disso importa diante da clarividência dos economistas de bancos – e seus trombones nas agências de risco - e dos colonistas (**) do neolibelismo (*) pátrio.

Krugman deve ter vindo aqui para reaprender …

Outra artimanha do Mino.

Em tempo: toda essa confiança do Krugman se deve ao fato de ainda não se ter encontrado com o Eduardo Cunha, não é isso, Bessinha ?

 




Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.