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Rui Falcão lança: Lula 2018 !

"É como se você estivesse numa escada, no meio dela, querendo saber se vou subir mais".
publicado 11/08/2014
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Rui Falcão, Presidente Nacional do PT, deu relevante entrevista a Cristian Klein e a Maria Cristina Fernandes, do PiG cheiroso, o Valor, aquele periódico que a Dilma não lê, assim como não vê a TV Globo.

Falcão é sereno e agudo.

Não morde mas também não sopra.

Tão sereno que os entrevistadores preferiram esconder o principal: o Presidente Nacional do PT, em entrevista, lança o Nunca Dantes à presidencia, em 2018 !

Como disse o André Singer, no livro “Os sentidos do lulismo”, o lulismo vai durar ...

A Rui Falcão:


(…)

Precisamos eleger a Dilma, para o Lula voltar em 2018. Isso significa que, ela reeleita, começa o ciclo de debate, de planejamento, para que o nosso projeto tenha continuidade, com o retorno do Lula, em 2018, que é a maior segurança eleitoral de que o projeto pode continuar.

(…)

Temos hoje um conflito distributivo, que está no núcleo das manifestações de junho. Houve um movimento muito grande das classes D e E para C e B. Isso provoca mudanças no perfil de consumo, nas aspirações, nas demandas, e houve uma cristalização no topo superior. É como se você estivesse numa escada, no meio dela, querendo saber se vou subir mais, quem vem de baixo [está] me empurrando, e quem está em cima achando que muita gente vai chegar lá também. Isso cria um expectativa. Como o país passa a crescer menos, as pessoas pensam: "Bom, com esse crescimento eu não vou poder subir mais". Isso provoca um conflito de aspirações e crítica.



Valor: O descontentamento é da classe média tradicional ou da nova, emergente?

Falcão: Trabalho sempre com o conceito de ascensão social. Porque você tem, na verdade, uma classe trabalhadora, que está nesta faixa chamada de nova classe média. Essa classe trabalhadora não participou de greves, não tem a memória da ditadura, e acredita muito que essa ascensão se deu exclusivamente por seus méritos próprios, por seu esforço pessoal. Parte é verdade, mas parte é fruto das políticas públicas que foram implantadas nesse período. Tanto que o Lula pergunta assim: "Se fosse só esforço pessoal, porque não ocorreu antes, durante o governo Fernando Henrique?" Essa ideia do mérito próprio estimula a fragmentação, o individualismo, afasta as pessoas de coisas mais sociais, coletivas. Era preciso ter uma identificação mais rápida do que estava acontecendo e um direcionamento mais rápido para a disputa política, para o esclarecimento, sobre as políticas públicas, para que tivesse uma base maior de apoio, de protagonismo desses setores.

(...)

O pessoal reclama que ela não abraçou o plano de democratização da mídia, mas o Lula mandou a proposta de marco regulatório no último ou penúltimo mês de governo dele. Em termos políticos, não dá para dizer que um foi mais petista, ou de esquerda, que o outro.

(...)

Tem coisas que podem não estar agradando eventualmente. Por exemplo, ela admite a necessidade de mudança na Justiça do trabalho, de atualização da legislação trabalhista, mas não de revogar direitos, de acabar com férias, 13º salário, valorização do salário. Mas não podemos trocar esses princípios para ter mais financiamento.



Valor: E a grande queixa de que o governo está usando a Petrobras para segurar a inflação, ao não fazer o reajuste do preço da gasolina?
Falcão: Houve seis reajustes da gasolina neste período. Mas você tinha que fazer uma escolha entre remuneração de acionistas e o poder aquisitivo da população. E a Petrobras, além de ter acionistas, é um patrimônio do povo brasileiro. Eu acho que vai haver o reajuste. Eles estão discutindo. Não sei se depois da eleição ou se vai ser no ano que vem. Não pode ser um choque. O Eduardo [Campos, candidato à Presidência pelo PSB], pelo que vi na imprensa, desautorizou o [coordenador de campanha] Alexandre Rands, que disse que teria um reajuste. O Aécio [Neves, candidato à Presidência pelo PSDB], pelo visto, se for eleito, vai promover um reajuste brutal, pelo menos pelo discurso dele.

(...)