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Dantas-Gilmar: o livro que envergonha o Brasil

(A Satiagraha) Assassinada a golpes de habeas-corpus, seus herói viram-se convertidos em bandidos levados às barras do tribunal.
publicado 10/01/2014
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O Conversa Afiada reproduz o Fernando Brito, no Tijolaço:


Um livro que é a vergonha do Brasil



O livro Operação Banqueiro, de Rubens Valente, é um deprimente retrato do Brasil das elites.


Um mundo de investidores, governantes, operadores de dinheiro, polícia, juízes – de todos os níveis – e dinheiro, muito dinheiro público.

Algo que, em qualquer país do mundo onde houvesse um Judiciário brioso, abalaria a República e aposentaria, de vez, muitos de seus pró-homens.

É a história de como Daniel Dantas, aquele a quem um dia Fernando Henrique Cardoso chamou de “brilhante” construiu seu império.

E como esta construção esteve intrinsecamente ligada ao processo de privatização do patrimônio público.

Curiosamente, este personagem esteve na periferia do momento inaugural do mando neoliberal sobre o mundo: o Consenso de Washington.

Fazia parte de um formigueiro de economistas que se dispunha a traçar novos túneis – mais amplos e mais diretos – para a acumulação de capitais.

Daniel Dantas, a rigor, jamais foi um empresário, mas um financista. Seu mundo não era o da produção, das fábricas, dos empregados, dos produtos e matérias primas reais.

O de fazer dinheiro do dinheiro alheio: tanto dos que a ele entregavam seus capitais – adquiridos à luz e à sombra – pelo favoritismo, pelas pressões, pelos desvãos obscuros do poder e da grana.

E se Daniel Dantas não foi (e não é) um empresário, mais custa a dizer que seja brasileiro.

Seu negócio nunca foi o Brasil ou seu desenvolvimento.

O Brasil sempre foi, ao contrário, o corpo inerte do qual se devia sugar e levar.

E é assim, ainda.

Neste sentido, Daniel Dantas certamente é brilhante.

Sua luminosidade revela um submundo que quase, quase foi iluminado para que a Nação o visse.

Uma possibilidade que acabou pelas mãos de Gilmar Mendes e o nosso inquestionável STF, que mergulhou nas sombras a Operação Satiagraha.

Assassinada a golpes de habeas-corpus, seus herói viram-se convertidos em bandidos levados às barras do tribunal.

Escaparam, é certo, mas a condenação foi a todos os que se atreverem – no jornalismo ou nos cargos públicos – a penetrar nesse serpentário financeiro: “não façam mais isso, ouviram?”

O livro é imperdível e me consome há dias.

Dele, trago a sinopse do editor, aqui. Mais tarde, alguns trechos, para que todos entendam o quão grave é o que se descreve.




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