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Haddad vai recuperar a capacidade de SP investir

A sociedade precisa discutir se quer um Estado de Bem Estar Social.
publicado 16/12/2013
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Nesta segunda (16), com transmissão ao vivo pelo Conversa Afiada, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, concedeu entrevista coletiva em que tratou sobre o primeiro ano de governo. Participaram da sabatina os chamados blogueiros sujos: Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães, Maria Inês Nassif, Eduardo Maretti e Renato Rovai.

Questionado sobre as manifestações e a tarifa de ônibus, o prefeito afirmou que "a sociedade precisa saber qual a fonte de financiamento."

"O candidato da oposição dizia que o bilhete único mensal era um bilhete mensaleiro", lembrou Haddad.

Onze meses depois, o chefe do executivo municipal entregou mais do que prometeu na campanha porque os ônibus se integraram ao metrô.

Para ele, "melhor que o pedágio urbano para desafogar o trânsito é a municipalização da CID", ou seja, um tributo sobre a gasolina para incidir sobre o transporte individual.

Sobre o país, Haddad disse que "o Brasil começa a criar um Estado de Bem Estar Social."

"Queremos um Estado mínimo ou um Estado que seja protagonista para investir naquele 1/3 que ainda está abaixo da linha da pobreza?", indagou.

Ao voltar a falar do município, agora  sobre a atual situação financeira da prefeitura, Haddad ressaltou que tem que pagar cerca de R$ 18 bilhões só de precatórios e mais R$ 2 bilhões de tarifa de ônibus.

São R$ 50 bilhões em dívidas, já que R$ 20 bilhões foram pagos acima da Taxa Selic, devido a um desastroso acordo firmado entre o ex-presidente FHC e o ex-prefeito da cidade, Celso Pitta.

A situação de não poder aumentar o IPTU é outro problema, pois acarreta em um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão.

Ainda sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano, Haddad argumenta que o que ele fez nada mais foi do que cumprir a lei ao atualizar a planta genérica. Fora proposto um aumento inferior ao que, anteriormente, propuseram José Serra e Gilberto Kassab: o teto de aumento de 45%.

"À época não houve discussão sobre a inconstitucionalidade."

Pode-se dizer que o aumento do imposto é do tipo Robin Hood: ele incide menos onde há mais gente menos próspera.

Uma boa notícia é que basta o Senado aprovar a renegociação da dívida, aliada ao combate à corrupção, por meio da Controladoria que ele mesmo criou e que já congelou R$ 140 milhões de bens de corruptos, além de uma economia de R$ 500 milhões, farão com que São Paulo recupere a capacidade de investimento perdida há uma década.

A cidade investe, por ano, R$ 3 bilhões.

"São Paulo investe a metade do que investem Belo Horizonte, Vitória e Rio de Janeiro. Com os novos recursos, ela poderá investir o dobro, ou seja, R$ 6 bi por ano."

"Belo Horizonte e Rio de Janeiro são cidades em obra. São Paulo, não."

Perguntado sobre obras de infraestrutura, ele disse que o programa de metas de mobilidade é o maior da história da cidade. São 94 km de corredores e mais 120 km financiados pelo PAC.

Os investimentos em drenagem já são maiores do que tudo que foi feito até hoje.

Com a lei de incentivos, Haddad vai dinamizar a Zona Leste e pretende criar 50 mil empregos ali.

A combinação do Arco do Futuro com o Rodoanel vai desafogar o fluxo de caminhões e a Zona Leste irá oferecer empregos que dispensam o transporte.

Na região,  há uma Universidade Federal, uma Fatec e uma Etec.

Outro desafio é na Zona Norte. É o desafio de vencer o Rio Tietê, que o prefeito pretende enfrentar com o Arco do Tietê.

Não há uma avenida que organize o trânsito por lá.

Ainda na Zona Norte,  o objetivo é enterrar o linhão de energia elétrica e, com a Infovia,  deixar o Campo de Marte só para helicóptero.

E levar empregos de serviços para lá.

Há 8 anos não se construia um hospital público na cidade.

O prefeito já iniciou as obras para entregar, em junho de 2014, um hospital no bairro do Jabaquara, Zona Sul,  com 300 leitos.

Haddad vai criar, ainda, a SP Cine - instituição para financiar o cinema em São Paulo.

Por fim, sobre a máfia do ISS, disse que se não fosse o Donato - que pediu afastamento do cargo que ocupava de secretário -  não teria havido investigação, pois só três pessoas sabiam da apuração: o controlador Mário Vinícius Spinelli, Fernando Haddad e o próprio Antônio Donato.


Alisson Matos, editor do Conversa Afiada.