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No dia do enterro de Ágatha, Eduardo 03 comenta filme do Rambo

Freixo no Twitter: política de Witzel mata civis e policiais!
publicado 23/09/2019
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Embaixabúrguer assistiu ao novo "Rambo". Com certeza não haveria de ser "Bacurau" ou "Legalidade"... (Originais: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Divulgação/TriStar Pictures)

Depois de quase 72 horas da morte da menina Ágatha Félix, de oito anos, em uma operação da Polícia Militar no Complexo do Alemão, o governador Wilson Witzel ainda não se pronunciou sobre o caso.

Ágatha foi atingida por um tiro por volta das 10 horas da manhã de sexta-feira, 20/IX. Segundo testemunhas, policiais atiraram de fuzil contra uma moto que passava pelo local e um tiro atingiu a criança, que estava dentro de uma van com o avô.

A menina morreu horas depois, no hospital Getúlio Vargas.

Ela foi enterrada no domingo, 22/IX.

Por enquanto, o governo do Estado do Rio de Janeiro publicou apenas uma nota protocolar nas redes sociais, "lamentando profundamente" o caso.

O presidente Jair Messias, tão acostumado a utilizar o Twitter e o Facebook, também não se manifestou.

Os filhos 01 e 02 - Flávio e o Carluxo - também se calaram.

O único dos Bolsonaros a se manifestar sobre o caso foi o Eduardo 03 - o embaixabúrguer. Na noite de domingo 22/IX, ele utilizou o Twitter para relatar sua jornada ao cinema, onde assistiu ao novo filme do Rambo, de Sylvester Stallone:

"Assisti o filme do Stallone no cinema. Um militar veterano de guerra que vinga a morte da sobrinha. Essa pegada família protagonizada por um militar realmente não deve agradar muita gente. Quem não curte pode ver Teletubbies, que é menos agressivo..."

Em seguida, Eduardo replicou uma postagem do comediante Márvio Lucio, o "Carioca" do grupo Pânico: "só de olho na lacração fazendo campanha contra a violência no Rio..."

Ou seja: para Eduardo Bolsonaro, a comoção pela morte de uma menina de oito anos é, apenas, algo que a esquerda faz "para aparecer". Uma falsidade para conseguir visibilidade...

No caso de Witzel, o fascínio com grandes exibições de poder de fogo é recorrente.

Em 20/VIII, o governador do Rio comemorou como um gol a morte de um sequestrador com um tiro de sniper em plena ponte Rio-Niterói, por exemplo.

O Fantástico mostrou em seu quadro "isso a Globo não mostra" um trecho de uma entrevista do governador Witzel a um jornalista de O Globo, em 4/XI/2018. "Você já atirou na vida?", pergunta o governador. Diante da negativa do repórter, ele complementa: "Faço um convite. Vai ver só. É que nem andar de bicicleta".

Assista, a partir de 1'00'':

Reprodução/Rede Globo

No Twitter, o deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL, se pronunciou sobre o caso no domingo:

"Dois policiais foram assassinados em menos de 24h no Rio. Felipe Pinheiro morreu no Alemão e Leandro Oliveira, em Benfica. Já são 45 policiais assassinados este ano; 1.075 pessoas mortas pela polícia; 5 crianças perderam a vida e 16 ficaram feridas em operações policiais.

O responsável por essa tragédia é quem acredita que política de segurança pública é dar tiro, como faz Witzel, numa guerra insana que só alimenta mais violência contra os moradores das favelas e contra os próprios policiais. O governador faz dessas mortes o seu palanque político."

Em tempo: os policiais envolvidos na ação que resultou na morte de Ágatha irão prestar depoimento hoje, 23/IX, na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro.

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