"Não falei nada de mais", disse o Jair Messias

Quatro dias após atacar o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e seu pai Fernando Santa Cruz, assassinado por agentes do regime militar em 1974, o presidente Jair Messias falou com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada:

"O que que eu falei de mais para vocês? Me respondam. O que eu tive conhecimento na época. Eu ofendi o pai dele? Não ofendi o pai dele. O que eu tive de conhecimento na época, o assunto foi esse."

Ontem (1^o/VIII), o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu quinze dias para Jair Messias explicar suas declarações sobre Fernando Santa Cruz.

"Eu não falei nada de mais. Eu vou entregar o vídeo e vou fazer a degravação e mandar", disse Bolsonaro.

Reprodução: G1

Bolsonaro continuou:

"Lamento todas as mortes que tiveram dos dois lados, se não tivesse aquela vontade de implantar o comunismo no Brasil não teria nada disso. Se tivessem aceitado a normalidade do que acontecia, nada teria."

Aparentemente, "normalidade", segundo o Jair Messias, é um regime que queima corpos de ativistas em fornalha de usina de cana de açúcar...

Em tempo: os arquivos do próprio regime militar afirmam que Fernando Santa Cruz morreu sob custódia de agentes do DOI-CODI - contrariando a teoria de Bolsonaro, que diz que o militante teria sido assassinado por um grupo de esquerda.

Leia também no Conversa Afiada:

• Marco Aurélio: Bolsonaro, só com mordaça!
• Lula no Twitter: Bolsonaro, conte até 10 antes de abrir a boca!
• Bolsonaro não vai abandonar a ignorância
• MPF denuncia ex-delegado do DOPS por incinerar 12 corpos na Ditadura
• Bolsonaro interfere na Comissão de Desaparecidos da Ditadura
• Procuradora exonerada de comissão rebate Bolsonaro: é um ataque à moralidade!
• Bolsonaro pisa na memória de vítima da ditadura
• Presidente da OAB rebate Bolsonaro: crueldade e falta de empatia!
• Barroso manda Bolsonaro explicar declarações sobre pai do presidente da OAB