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Lula ensaia volta: eu sou bom de briga

Presidente criticou a imprensa em ato no dia dos trabalhadores
publicado 01/05/2015
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Neste 1 de maio, Dia do Trabalhador, o Presidente Lula fez duras críticas à imprensa que, segundo ele, tenta envolvê-lo nas investigações da Operação Lava-Jato. O petista participou de ato organizado por centrais sindicais no centro da capital paulista. Segundo a CUT, CTB e a Intersindical, o evento reuniu 50 mil pessoas no Anhangabaú.

“Eu noto todo santo dia que tentam fazer que empresário cite o meu nome. Ai vem essas revistas brasileiras, que não valem nada, para cima. Pegue todos os jornalistas da Veja e da Época e enfiem todos dentro do outro que não dão 10% da minha honestidade. Cada um olhe para o seu rabo ao invés de olhar para o rabo dos outros.”, afirmou o Presidente.

Lula deixou em aberto uma possível  candidatura à presidência.

“Não me chame para a briga que eu sou bom de briga. Não tenho intenção de ser candidato, mas gosto de brigar. Eu vou voltar a andar pelo país e conversar com o povo. Eu não entendo o medo que a elite tem que eu volte para a Presidência. Eles nunca ganharam tanto dinheiro como quando o PT no poder. Mas eles são masoquistas. Eles gostam de sofrer”, declarou.

No evento, Lula apresentou dados de uma pesquisa encomendada pela Central Única dos Trabalhadores  para refutar a aprovação do PL 4330, que regulamenta a terceirização no Brasil. O projeto, aprovado na Câmara, segue para o Senado Federal e depois para a Presidenta Dilma.

“ Os terceirizados trabalham três horas a mais por semana. Ou seja, ganham menos e trabalham mais. A reumenação é 24% menor do que a do trabalhador contratado. O empresário pode contratar quatro trabalhadores e pagar salário de três”, revelou Lula.

“De cada dez acidentes de trabalho no país, oito são em empresas terceirizadas. A OIT [Organização Internacional do Trabalho] recomenda que países respeitem principios.  O TST[Tribunal Superior do Trabalho] já decidiu que não pode existir terceirização de atividades-fim”, continuou. “91% dos empresários querem a aprovação do projeto”, alertou o Presidente.

Por fim, ele pediu “paciência” aos que estão insatisfeitos com a gestão da Presidenta Dilma. “Aos que ficam nervosos com a Dilma,  temos é que ver o resultado final desse Governo”.

Greve dos professores e pautas conservadoras

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, fez duras críticas ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pelas agressões sofridas por professores em manifestação na última quarta-feira (29).

“Deveríamos aplicar a Lei Maria da Penha no Paraná”, referiu-se Freitas à Polícia Militar do Paraná que usou bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e jatos de água contra os professores em greve no Estado.

Os líderes sindicais também mostraram preocupação com o avanço de pautas conservadoras, como a redução da maioridade penal e o projeto de terceirização.

“Não ousem mexer nos direitos da classe trabalhadora. O PL 4330 não foi pensado para regularizar os trabalhadores terceirizados. Se passar o projeto, quem tem carteira assinada será demitido”, discursou Freitas.

'Esse 1 de maio é o aquecimento contra o PL 4330”, avisou o líder da CUT. “Se o PL passar pelo Senado, nós vamos fazer uma greve geral”.

Já o Presidente Lula opinou sobre a redução da maioridade penal. "A questão não é de esquerda ou direita, pois nem a ditadura militar a defendeu. É coisa de parte da elite”.

“Eles [a oposição] não suportam o fato de um metalúrgico ser o Presidente que mais fez universidades no país”, provocou Lula.

PT espera que a Presidenta Dilma vete

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado,  e o presidente do partido em São Paulo, Emídio de Souza, reforçaram a posição da sigla quanto ao PL 4330. Emídio disse esperar o veto da Presidenta Dilma.


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