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Nassif: sem Cerra, campanha será menos suja

Por que Arrocho não quis Cerra de vice.
publicado 19/05/2014
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O Conversa Afiada reproduz texto de Luis Nassif, que conhece a alma do Cerra quase tão bem quanto o Ciro Gomes, e adiciona uma intrigante Navalha:

Aécio não embarca no jornalismo criativo e Serra joga a toalha


Luis Nassif

Quem conhece o estilo de José Serra logo identificou suas impressões digitais nas sucessivas colunas de jornalistas ligados a ele, sugerindo o interesse de Aécio Neves em tê-lo como candidato a vice-presidente.

Dizia-se que seria a maneira de Aécio conseguir densidade eleitoral em São Paulo. Insinuou-se que o próprio Fernando Henrique Cardoso estaria pressionando por Serra.

Desde o primeiro momento apontei aqui a farsa. E a certeza de que jamais Aécio embarcaria nessa aventura.

Há uma guerra político-ideológica em curso. Aécio representa o pensamento mercadista, neoliberal; Dilma, as bandeiras social-desenvolvimentistas, assim como Eduardo Campos - que procura se colocar nesse campo.

Dependendo dos candidatos, haverá uma disputa acerba de ideias. Dependendo dos grupos de mídia, um jogo mais pesado.

Na hipótese remota de acolher Serra na vice-presidência, Aécio conspurcaria sua bandeira com o que houve de mais abjeto na política brasileira nas últimas décadas, um estilo de fazer política que suplantou os limites da guerra política para ingressar no terreno pantanoso dos dossiês e jogadas comerciais, do uso absurdo de preconceitos, de um vale-tudo moral sem paralelo.

Agora, Serra joga a toalha. Como é de seu estilo, nega qualquer participação nos balões de ensaio que ele mesmo empinou.

Não há nenhuma garantia de que a campanha eleitoral será limpa. Mas sem Serra há a certeza de que será menos suja.


De José Serra, no Facebook


Há coisas que chegam a ter a sua graça, talvez involuntária. Fui literalmente atropelado pela suposta informação de que sou pré-candidato a vice-presidente na chapa presidencial do PSDB, que terá o senador Aécio Neves na cabeça. Nunca fui pré-candidato a vice. Também inexistem “interlocutores” atuando em meu nome. Da minha boca, nunca ninguém ouviu nada a respeito. Já disse mais de uma vez que quem fala o que penso sou eu mesmo. Serei candidato a um cargo no Legislativo Federal — Câmara ou Senado. E só! No mais, estarei junto com o meu partido no esforço para vencer esta estranha mistura de atraso e inércia que tomou conta do país.

Há o jornalismo informativo, o interpretativo e o opinativo — não sendo raros os textos que fundem essas três vertentes. Com humor, observo que a afirmação de que “Serra e os serristas pressionam para ter o lugar de vice” não se encaixa em nenhuma dessas categorias: isso já faz parte do chamado “jornalismo criativo”, que, entendo, pertence ao terreno da ficção.

Sempre que alguém for escrever a respeito, peço que se atenha ao que vai aqui. Vamos em frente! O Brasil quer mudar!

Navalha

Por que o Arrocho não topou o Cerra como vice ?

Há varias hipóteses:

- Arrocho leu ou - mais provável - o Anastasia resumiu para ele o enredo da peça "Ricardo III", de William Shakespere;

- Cerra exigiu o Ministério da Fazenda, o Banco Central, o SNI, a Receita (para sumir com o DARF) e a Polícia Federal, caso fossem eleitos;

- Cerra seria o Tesoureiro da campanha, função que dividiria com o Ricardo Sergio de Oliveira - ator-convidado da trama "Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Jr.

Se o amigo navegante acha que o ansioso blogueiro exagera, convém lembrar de post em que descreveu "por que Cerra nunca foi ministro da Fazenda".

Certa feita, o Dr Ulysses exigiu de Itamar que nomeasse Cerra Ministra da Fazenda.

Por cortesia, Itamar recebeu Cerra no Palácio.

Quando acabou a audiência, Cerra saiu pelos fundos - um hábito - e centenas de "jornalistas" que consideram o Cerra "o mais consistente" ou "a elite da elite" perguntaram ao Presidente: então, senhor já tem o Ministro da Fazenda ?

Itamar respondeu:

- Não, a pessoa que esteve aqui não queria ser Ministro da Fazenda. Queria ser Presidente da República.

Quá, quá, quá !

 



Em tempo: por que será que o amigão do peito, o Príncipe da Privataria, jamais deu a Cerra o que ele mais queria - o Ministério da Fazenda ?


Paulo Henrique Amorim