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Quem cassa o Genoino é a Câmara

Mas, no rejulgamento do Genoino, a quadrilha será desfeita.
publicado 29/08/2013
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Como disse o Ministro Barroso, logo que chegou: cabe ao Supremo cumprir a Constituição, goste ou não goste.

Diz a Constituição que quem cassa deputado é a Câmara.

Lamentavelmente, a Câmara precisou reestabelecer o primado da Constituição com o exemplo de um corrupto, Natan Donadon.

Como ele fica preso, não poderá exercer as tarefas diárias de um parlamentar.

Daí, a necessidade de convocar o suplente.

Mas, por decisão da Câmara, o mandato dele está intocado.

A decisão da Câmara foi por voto secreto.

É também lamentável.

Mas, o que fazer ?

Está na Constituição.

O Congresso não cumpre alguns preceitos constitucionais, como os que impedem o monopólio em rede de televisão aberta, impedem que políticos tenham canais de televisão etc etc.

Nem o Supremo vota a ação de inconstitucionalidade por omissão, movida pelo professor emérito Fabio Comparato, que quer punir o Congresso por omissão e cumplicidade com a Globo.

Portanto, pecadilhos (?) contra a Constituição há vários.

Em múltiplos quadrantes.

Ninguém pode jogar a primeira pedra.

O voto para cassar deputado deveria ser aberto ?

Sim, claro !

Mas, primeiro, precisa mudar a Constituição.

E aplicá-la, como no caso do monopólio da Globo.

Portanto, a Câmara é que vai cassar o Genoino, esse erro judiciário, de um homem honesto, que não se locupletou e, segundo o mensalão (o do PT – clique aqui para assistir ao vídeo sobre como o mensalão tucano sumiu num lanche), faz parte da “quadrilha” que praticou o Caixa Dois - o veneno que, como se sabe, os tucanos jamais provaram.

A situação do Genoino – que, provavelmente, foi incriminado para completar os quatro  da “quadrilha” e pegar o Dirceu – deverá ser rejulgada nos embargos infringentes.

Assim como o Dirceu.

Apesar da resistência feroz do 12º voto no Supremo, o Ministro Ataulfo Merval de Paiva (*).

Mas, por enquanto, e, provisoriamente, Genoino está condenado em regime semi-aberto.

Ou seja, ele, absolvido pela Câmara, poderá, perfeitamente, exercer o mandato que lhe foi conferido pelo povo de São Paulo.

O povo, por sinal, que elege a última instância de Poder numa Democracia, o Legislativo.

O povo, aliás, em nome do qual os ministros do Supremo têm a alta função de ministrar a Lei.


Paulo Henrique Amorim


(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".