FHC sequestra o Bolsa Família
Saiu no Globo, o 12o. voto no Supremo, um daqueles artigos do Farol de Alexandria banhados em colesterol.
(No New York Times, onde seu contrato de articulista não foi renovado, dizia-se que ele tinha um estilo "bloated". No PiG(*), levam ele a sério.)
FHC diz que o PT pinta o Lula e a Dilma com traços de "realismo socialista".
(Ele se encaminha a passos largos para a trincheira da Guerra Fria. No lado Ocidental, claro, de cá do Muro de Berlim.)
E diz frase lapidar:
"a Historia é reescrita para fazer as estatisticas falarem o que aos donos do poder interessa".
Como nos museus soviéticos, diz ele, e como se diria na Fundação Ford.
Interessante, ele falar de "estatística".
É falar de corda em casa de enforcado.
Porque, em matéria de estatística "soviética", ele perde todas.
De 10 a zero.
O mais chocante desse bacon com ovos de brunch à beira da piscina é o sequestro do Bolsa Familia.
Como se sabe, nos sombrios anos do Governo dele, quando levou o Brasil a três estatísticas vezes ao FMI, FHC dava Bolsa sem cadastro, como lembrou a soviética Presidenta.
Agora, ele diz: " foram as bolsas que o PSDB introduziu que salavram o PT, quando este, tardiamente, deu-se conta de que era melhor fazer uma política de transferência direta de rendas."
Ou seja, o Bolsa Familia é ele.
Assim como o Plano Real, os genéricos, o Pronatec, o programa contra Aids e as Leis de Newton.
O PSDB não precisa de programa
Ele toma o dos outros.
E passa banha de porco em cima.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.