Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / 2012 / 12 / 31 / A Casa Grande sempre tem candidato. Aécio é clone do FHC

A Casa Grande sempre tem candidato. Aécio é clone do FHC

Como o Cerra não o defendeu em 2002 e 2010, o FHC pendurou a privatização no pescoço do Aécio - que não passa de Juiz de Fora
publicado 31/12/2012
Comments

 

Amigo navegante baiano conta que num jantar de fim de ano com jornalistas, o Governador Jacques Wagner teria dito que o Aécio não chega a 2014.

Outro navegante amigo conta que o Aécio reuniu em seu domicílio para a  política e outras atividades (no Rio), o  Farol de Alexandria, aquele que iluminava a Antiguidade e foi destruído num terremoto (chamado Lula), e economistas do Plano Real, aquele do presidente Itamar.

Lá estavam o Edmar Bacha, o Pedro Malan, o Armínio Fraga - o dos juros de 45%.

Faltaram a Urubóloga - a mais alta pensadora que o neolibelismo (*) brasileiro conseguiu produzir - e o Pade Padim Cerra.

Cerra não deve ter ido porque ele combateu  o Plano Real e acusava o Malan de praticar  o "populismo cambial" ( é o que os jornalistas que o tratam de "Serra" espalhavam  - porque ele próprio não tem nada a declarar, há muito tempo.)

Percebe-se aí a armadilha que o FHC monta para o Cerra.

E para o Aécio.

FHC só pensa em FHC.

É a sua forma de ser patriota.

Como se sabe, nas campanhas de 2002, quando foi fragorsamente derrotado pelo Lula, e em 2010 - quando a Dilma lhe aplicou a mesma tunda - Cerra fugiu mais do FHC do que do Amaury.

Ele, que privatizou a Light, entregou a Vale pelo preco de dez mil reis de mel coado - segundo o insuspeito testemunho do FHC em vídeo -,  defendeu as privatizações com o mesmo ardor com que torceu pelo Corinthians em Yokohama.

Cerra renega o legado do FHC.

Não por ideologia ou por doutrina.

Por interesse eleitoral.

Sabe que as privatizações não rendem voto nem na BM&F.

O que fez o FHC?

Pendurou a privatização no pescoço do Aécio.

É porque,  como diria o Malan das ideias do Cerra - o que o PSDB tem de novo (por exemplo, combater a redução da tarifa de energia) não presta.

E o que presta não é novo.

O PSDB do FHC esgotou o estoque de mágicas.

Não tem uma ideia nova desde que se conheceu o "Consenso de Washington", do Williamson.

Sobrou  o PRP, a UDN, o Merval  e o Supremo.

Aí reside a força do PSDB.

Sim, porque mesmo que a economia não marche em ritmo de Pibão, o Aécio não tem o que propor em lugar da Dilma.

Clique aqui para ler "Dilma celebra os 10 anos do PT: o combate à desigualdade como política de Estado".

O patrimônio político do PT, da Dilma e do Lula dá para enfrentar os pibinhos que a Urubóloga celebra.

O patrimônio político do choque de jestão em Minas tem a densidade de um pão de queijo (frio).

O Jacques Wagner tem razão.

Aécio não chega lá.

Porque, como sabe o FHC, que soube explorar isso, São Paulo não quer.

São Paulo nao vai entregar a rapadura a Minas.

Washinton Luis não angole Antonio Carlos.

Aécio não tem a grana nem o PiG (**) do Cerra.

E a campanha do PSDB continuará sem ideias.

Ou melhor: terá as ideias do Cerra.

As ideias e os métodos.

As ideias, desconhecidas.

Os métodos, os de sempre, já conhecidos, como uma bolinha de papel.

A Casa Grande sempre terá candidato.

E, se tiver sorte, 30% dos votos válidos.

Mas, no Datafalha e no Globope sairá na frente !

Paulo Henrique  Amorim

(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.