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Quem cassa o Genoíno é a Câmara. Ou era

O Supremo pode até dizer que o Genoíno não pode se candidatar mais, por um certo período de tempo. Mas o mandato atual dele não pertence ao Supremo – pertence a quem o elegeu.
publicado 22/11/2012
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Diz a Constituição de 1988, que esteve em vigor até o julgamento do mensalão (o do PT):

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Navalha

A Câmara de Deputados cassa porque ela foi eleita pelo povo.

O dono do mandato é o povo.

O Supremo (brasileiro) está acima, ao lado direito de Deus (se o Gilmar Dantas (*) ceder o lugar...).

Mas, até agora, a Constituição esteve em vigor.

E, sendo assim, quem tem o direito de cassar um mandato são representantes do povo (e, não, de Deus).

O Supremo pode até dizer que o Genoíno não pode se candidatar mais, por um certo período de tempo.

Mas o mandato atual dele não pertence ao Supremo – pertence a quem o elegeu.

Assim, o Genoíno, mesmo condenado, cumpriria seu mandato até o fim.

E não poderia mais se candidatar, pelo período de tempo fixado pelo Supremo.

Isso seria assim se estivesse em vigor a Constituição de '88.

Como, porém, instalou-se a PiGocracia (**) nesta “democracia de fachada”, o Supremo pode cassar o Genoíno – e fechar o Congresso, em seguida.

A Constituição está em julgamento no Supremo.

Se contribuir para algemar o Dirceu, ela vale.

Se não, não vale.

 




Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

(**) PiGocracia é o regime político que não rejeita a ditadura (é “um mal necessário”), é exercido pela opinião pública (familiares dos empresários do PiG) e seu orgão deliberativo não eleito, de natureza judiciária, legislativa e executiva, o P-STF. A PIGocracia é muito encontradiça na América Latina, particularmente no seu litoral leste. Atualmente, vem sendo dizimado a golpes de Lei, republicanismo e democracia , no sul da região (Argentina).