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Cachoeira e a Delta são o PSDB de Goiás. E SP ?

Ainda faltam na CPI o Civita, o Pagot, o Cavendish, Paulo Preto, o Puccini e o Padim Pade Cerra, aquele que fez 26 contratos com a Delta na marginal (sic) de SP.
publicado 17/07/2012
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Saiu no Globo:

Grampo: Cachoeira pagava contas de secretários de Marconi Perillo



BRASÍLIA - Interceptações telefônicas da Polícia Federal, gravadas com autorização judicial e às quais O GLOBO teve acesso, sugerem que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pagava contas de secretários do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e, para isso, valia-se da construtora Delta. Para membros da CPI do Cachoeira, os diálogos demonstram que várias áreas do governo do tucano estavam comprometidas com o grupo de contraventor. Os deputados e senadores da comissão já defendem a reconvocação de Perillo para falar da liberação de recursos para a Delta em troca da compra de sua casa.

Em 27 de abril do ano passado, irritado com o fato de encontrar dificuldades para emplacar algumas indicações no governo de Perillo, Cachoeira irrita-se com Wladmir Garcez, apontado pela Polícia Federal como o braço político do esquema, e critica Wilder Morais (DEM-GO), que assumiu a vaga de senador que se abriu com a cassação de Demóstenes Torres e que era, até a semana passada, secretário de Infraestrutura do governo. O telefonema foi gravado às 19h e durou 41 segundos.

— Eu não consigo pôr no Detran, o Wilder foi lá e emplacou. O Wilder não dá um centavo pra ninguém. Imagina só: o Wilder vai lá para o Palácio, consegue convencer o Marconi a colocar o cara e você tá lá todo dia e não fala nada. Você tá com o secretariado todo dia, todo dia você traz conta pra mim, levo pro Cláudio, e não consegue emplacar ninguém. Entendeu? — reclamou Cachoeira, fazendo referência a Cláudio Abreu, da Delta Construções.

— Escutei, chefe — admite Wladmir, encabulado.

Às 19h22m, Cachoeira volta a dizer que paga as contas dos secretários:

— Ô, Wladmir, eu tô fazendo a coisa. Esquece esse negócio de viagem, meu. Eu tô puto, porque vai enchendo o saco, vai caindo a gota, sabe, aí um bobão tá lá no trem lá, ele tá lá. O Edivaldo (Cardoso, presidente do Detran de Goiás) fala que não tem isso, não tem aquilo, que acabou com a CLT, que não sei o que que tem, que não vai fazer isso, não vai fazer aquilo, e o cara tá lá. Tá sendo empossado na nossa cara, rapaz. E nós aqui, ó. Você todo dia traz uma conta diferente pra mim. Todos os dias. Um cargo que a gente tinha, todo dia, esse bosta deste cara, esse malandro desse Rincón, todo dia você tá com ele, rapaz, nós tínhamos uma gerência, nós tínhamos uma diretoria forte. Não temos mais nada. Não temos uma pessoa nossa lá — irrita-se o bicheiro.

Rincón é Jayme Rincón, presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop).

(…)


E no Estadão:

Dados sugerem que Delta pagou por casa em Goiás



Cruzamento de dados bancários da CPI do Cachoeira, da Polícia Federal e do governo de Goiás indicam que a Delta Construções teria bancado a compra da casa do governador Marconi Perillo (PSDB) pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca da liberação de mais de R$ 9 milhões em créditos da empresa com o Estado. O tucano nega relação entre a transação imobiliária e os pagamentos do governo.

A PF acredita que a Delta firmou um "compromisso" com Perillo, intermediado por Cachoeira, após a posse no governo. A compra da casa teria sido a primeira negociação após o acerto.

Análise dos extratos bancários mostra o "Deltaduto" em cinco momentos: 1) o dinheiro que sai da empreiteira; 2) passa por duas empresas comandadas pelo esquema do contraventor, a Alberto e Pantoja e a Adércio e Rafael Construções; 3) recursos de ambas abastecem a conta da Excitant, controlada pelo sobrinho de Cachoeira, Leonardo Augusto de Almeida Ramos; 4) três cheques assinados por Leonardo pagam a compra da casa; 5) e a liberação de créditos à Delta.

(...)

Navalha

Como se sabe, a divulgação das 73 ligações com e sobre o Policarpo, por si só, reabre a CPI.

Ainda faltam na CPI o Robert(o) Civita, que paga o salário do Policarpo, o Pagot (aquele dos 60% do Cerra), o Cavendish, Paulo Preto, o Puccini e o ponto culminante da CPI, bem na véspera do julgamento do Dirceu, o depoimento trepidante do Padim Pade Cerra, o até agora inimputável, aquele que fez 26 – 26 ! - contratos com a Delta na marginal (sic) de São Paulo.

26 !

Com a intermediação do Paulo Preto !

Êpa !

O amigo navegante há de se lembrar que a certa altura do Governo do Nunca Dantes, o PiG (*) tentou destituir o Sarney da Presidência do Senado.

Foi interessante: só ali o PiG (*) descobriu que o Sarney era o Sarney.

Qual era o objetivo do PiG (*) ?

Entregar o Senado na bandeja ao Primeiro Vice-Presidente, o tucano Marconi Perillo.

Ou seja, entregar o Senado da República ao Carlinhos Cachoeira.

Sim, porque já estava lá o Catão do Cerrado, o Demóstenes.

Lá no Senado e todo dia no jornal nacional a pregar a Ética.

Um dia, o Presidente Sarney cochilou e o tucano Perillo conseguiu instalar a CPI da Petrobrás, por que o Catão dos Pinhais tanto tinha lutado.

Deu chabu.

A Petrobrás fez com que a CPI do Catão dos Pinhais afundasse com a P-36 do Fernando Henrique.

Agora, o PiG (*), os mervais e certo colonista (**) do Valor (o PiG chic) decidiram que a cassação do Demostenes é o fim da CPI.

O colonista do Valor chegou a entrevistar o Senado.

É o jornalismo extra-sensorial.

O Nassif fez o mesmo: entrevistou o Senado, com os mesmos poderes extra-sensoriais, e chegou à opinião oposta: a CPI tem que continuar.

Nota-se, no caso, um desencontro no PiG (*).

Os mervais querem fechar a CPI, munidos de poderes extra-sensoriais.

Mas, a Dora Kramer, aquela que o Robert(o) Civita lê todas as manhãs, acha que a CPI tem que continuar aberta (para esperar a entrada triunfal do Cerra !):

 



Prova material


De modo geral, as análises sobre o destino da CPI do Cachoeira depois da cassação de Demóstenes Torres convergiram para a conclusão de que um mandato de senador saciaria os apetites punitivos e, com isso, a tendência seria o esvaziamento dos trabalhos da comissão.

É uma maneira de ver as coisas. Um tanto apressada por se basear na opinião anônima de uma maioria interessada em mudar de assunto o quanto antes, desconsiderar o papel do público e, por isso mesmo, talvez equivocada.

A lógica diz justamente o contrário: cassado Demóstenes, comprovado ficou que na interpretação do Senado há realmente infiltração do crime organizado no ambiente político, o que por si já é motivo suficiente não para enfraquecer, mas para fortalecer o objetivo da CPI de investigar as relações do chamado esquema Cachoeira com agentes públicos e privados.

(...)


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.




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