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Tucano Perillo já era. Cerra é o próximo

O Conversa Afiada já tinha informação de que a batata do tucano estava irremediavelmente assada.
publicado 15/07/2012
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Saiu na Época (leia Em tempo):

Como a Delta pagou Perillo


Um relatório da Polícia Federal obtido com exclusividade por ÉPOCA comprova os elos entre o esquema de Carlinhos Cachoeira e o governador de Goiás

DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS E MARCELO ROCHA

No dia 27 de junho, o Núcleo de Inteligência da Polícia Federal remeteu à Procuradoria-Geral da República um relatório sigiloso, contendo todas as evidências de envolvimento do governador Marconi Perillo com o esquema da construtora Delta e do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Como governador de Estado, Perillo só pode ser investigado pelo procurador-geral da República – e processado no Superior Tribunal de Justiça. O relatório, a que ÉPOCA teve acesso com exclusividade, tem 73 páginas, 169 diálogos telefônicos e um tema: corrupção.  

O documento está sob os cuidados da subprocuradora Lindora de Araújo, uma das investigadoras mais experientes do Ministério Público. Ela analisará que providências tomar e terá trabalho: são contundentes os indícios de que a Delta deu dinheiro a Perillo.

Alguns desses 169 diálogos já vieram a público; a vasta maioria ainda não. Encontram-se nesses trechos inéditos as provas que faltavam para confirmar a simbiose entre os interesses comerciais da Delta em Goiás e os interesses financeiros de Perillo. Explica-se, finalmente, o estranho episódio da venda da casa de Perillo para Cachoeira, que não foi bem entendido. Perillo nega até hoje que tenha vendido o imóvel a Cachoeira; diz apenas que vendeu a um amigo. O exame dos diálogos interceptados fez a Polícia Federal, baseada em fortes evidências, concluir que:

1) assim que assumiu o governo de Goiás, no ano passado, Perillo e a Delta fecharam, diz a PF, um “compromisso”, com a intermediação do bicheiro Carlinhos Cachoeira: para que a Delta recebesse em dia o que o governo de Goiás lhe devia, a construtora teria de pagar Perillo;

2) o primeiro acerto envolveu a casa onde Perillo morava. Ele queria vender o imóvel e receber uma “diferença” de R$ 500 mil. Houve regateio, mas Cachoei¬ra e a Delta toparam. Pagariam com cheques de laranjas, em três parcelas;

3) Perillo recebeu os cheques de Cachoeira. O dinheiro para os pagamentos – efetuados entre março e maio do ano passado – saía das contas da Delta, era lavado por empresas fantasmas de Cachoeira e, em seguida, repassado a Perillo. Ato contínuo, o governo de Goiás pagava as faturas devidas à Delta;

4) a Delta entregou a um assessor de Perillo a “diferença” de R$ 500 mil;

5)    a direção nacional da Delta tinha conhecimento do acerto e autorizou os pagamentos.

(...)

Navalha

O Conversa Afiada já tinha a informação de que a batata do tucano estava irremediavelmente assada:

CPI já fisgou um tucano. Virão outros

Assim como o Conversa Afiada tem o roteiro que levará Cerra à CPI, enquanto os mervais julgam o mensalão.

Clique aqui para ler “Por que Cachoeira tinha que ir a São Paulo”.

E aqui para votar na enquete “quem vai depor na CPI na véspera do julgamento do Dirceu ?”.

Em tempo: Época é aquela revista da Globo que mantinha sólidos contatos com Carlinhos Cachoeira, o que, segundo o Leandro Fortes, da Carta Capital, custou a cabeça de seu editor-chefe em Brasília, o Policarpo da Globo.

O sucessor, Diego Escosteguy, tem uma longa carreira no detrito de maré baixa e, também na academia americana, onde fez um suculento estudo sobre a corrupção tucana.

A Época também é aquela revista que teve acesso exclusivo às investigações do delegado Saadi da Polícia Federal sobre o Daniel Dantas.

Saadi sucedeu o Protógenes.

O Protógenes botou o Dantas duas vezes na cadeia e o Saadi sumiu.

A Época e mais ninguém teve acesso à investigação do Saadi.

Numa das reportagens, a Época mostrou a relação de um lobbista de Dantas Dantas com o “motorista” do Padim Pade Cerra para degolar um diretor do Banco do Brasil – e conseguiu.

Noutra, a revista global mostra a relação de Daniel Dantas com os “ajudantes de ordem” de Fernando Henrique, também para tratar de assuntos “republicanos”.

Dantas “foi brilhante !”.

Foi.

Depois disso, a Época se desinteressou do resto da investigação do delegado Saadi.

Onde anda o delegado Saadi ?

Onde anda a investigação do delegado Saadi ?

Será que Ministro da Justiça, o “Zé” – saiba por que o amigos de Dantas o tratam carinhosamente por “Zé” - sabe do destino dos dois: do Saadi e da investigação ?

Ele poderá responder à pergunta até quando Cerra será inimputável ?

Ou ele só pensa em ser Ministro do Supremo ?

 




Paulo Henrique Amorim