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Cerra perdoa Tony Palocci. Elementar, meu caro Watson

Essa foi a frase do senador Roberto Requião ao saber que Cerra tirou o Tony da forca.
publicado 17/05/2011
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Elementar, meu caro Watson, foi a frase do senador Roberto Requião no twitter, ao saber, como diz o Estadão na pág. A4, que o Padim Pade Cerra, incurso no livro do Amaury, na reportagem da revista Época com o lobbista de Daniel Dantas e na Satiagraha, em telefonema para Naji Nahas, tirou o Tony da forca.

“Palocci não pode ser crucificado. Acho normal que uma pessoa tenha rendimentos quando não está no Governo e que esses rendimentos promovam variação patrimonial”.

Sobre a variação patrimonial de Cerra quando estava no Governo Montoro, em São Paulo, convém relembrar o que contou aqui o desembargador Walter Maierovitch sobre a ação que Flávio Bierrembach moveu contra Cerra.

Em resumo, Cerra impediu a Justiça de provar que ele não era ladrão.

O ex-Ministro do Supremo Sepúlveda Pertence, que poderia ter ido para a aposentadoria sem essa e sem a derrota retumbante na Corte da OEA, quando defendeu, a Lei da Anistia, e, consequentemente, absolveu os torturadores do regime militar, Pertence, presidente de uma suposta Comissão de Ética declarou de forma lapidar:

“Não nos cabe indagar a história da fortuna dos pobres e dos ricos que se tornaram  ministros”.

O Globo tirou o assunto da primeira página.

Afinal, foi Tony quem salvou a Globo da concordata e mereceu o cargo de colonista (*) de Economia, onde desempenha o papel de Paul Krugman dos Marinho.

Nem tudo está perdido, amigo navegante.

No PT da Bahia há um homem sério.

Chama-se Walter Pinheiro, senador:

“Se ele tem os documentos, o material que diz ter, então deve divulgar e acabar logo com isso”.

Que material seria esse ?

Simples.

Dizer quem são os clientes da empresa dele e que serviços a eles prestou.

Elementar, meu caro Watson.

Um representante do povo pode ficar rico durante o mandato ?

Pode ganhar na mega-sena várias vezes, como aquele anão do Orçamento.

Poder, pode.

No Brasil pode tudo.

Agora, até no Brasil um homem da envergadura moral do Walter Pinheiro consegue tocar no ponto agudo do câncer que se abre: a quem serviu Palocci, enquanto era da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, como representante do eleitor de São Paulo ?

Aos banqueiros que financiaram maciçamente sua campanha ou aos pobres de Ribeirão Preto ?

Pouco interessa se o Tony informou ao Pertence ou à Presidenta que tinha uma empresa e um apartamentinho de R$ 6,6 milhões e  500 metros quadrados na área mais nobre de São Paulo.

É esquisito, mas, no caso, secundário.

O que interessa é o seguinte: a quem serviu o deputado Tony Palocci ?

O que perde a Presidenta se mandar o Palocci embora ?

Nada !

O que ganha ?

Muito !

Tony vai ficar como uma espada pendurada nas costas da candidatura Dilma em 2014.

Remember Eduardo Campos e o território dos valores na política.

Hoje, o Cerra desenforca o Tony.

Amanha, quando o bicho pegar, os brucutus do Cerra vão para a internet e enforcam o Tony de novo, embrulhado num aborto clandestino.


Paulo Henrique Amorim



(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.