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Não adianta chorar: a CPMF vai voltar. Lugar de médico é no Saúde da Família

Em artigo na Carta Capital, Jatene mostra que as capitais brasileiras estão bem atendidas de médicos.
publicado 28/02/2011
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Saiu na Carta Capital desta semana, pág. 32, imperdível artigo de Adib Jatene, que foi Ministro da Saúde de Collor e Fernando Henrique (e, portanto, conheceu o Cerra de perto).

“Desigualdade na escassez – além de faltarem médicos eles estão mal distribuídos pelo Brasil.”

Jatene mostra, primeiro, que as capitais brasileiras estão bem atendidas de médicos.

O problema é a distribuição dos médicos e dos hospitais entre as áreas pobres e ricas das capitais.

O caso de São Paulo (também conhecido como Chuíça (*) ) é uma decepção.

Nos 25 distritos de áreas mais ricas – conta Jatene -, onde moravam, em 1999, 1,8 milhão de pessoas, havia 13 leitos por mil habitantes.

Nas áreas pobres de 39 distritos - onde alaga por obra de Deus (segundo Cerra) e da chuva (segundo Kassab) -, onde moravam 4 milhões de pessoas, NÃO EXISTIA NENHUM LEITO !!! (ênfase minha – PHA).

E o Nelson Johnbim dizia (será que ainda diz ?) que o Cerra foi o melhor Ministro da Saúde da História do Brasil !

Jatene trata também do programa que lançou, o “Saúde da Família” (esse, o Cerra não disse que era de autoria dele), que já recrutou mais de 250 mil agentes e cobre mais de 85 milhões de habitantes.

Uma beleza !

Mas, o programa precisa ser duplicado !

Aí, Jatene tem uma ideia (sempre) brilhante !

Que os médicos estagiassem por um ou dois anos no Saúde da Família, no estado em que se graduaram.

Seria um pré-requisito para a residência médica.

Assim, se criarão 30 mil equipes do Saúde da Família e o déficit será zerado.

(Cuidado, Dr Jatene ! Daqui a pouco o Cerra vai lhe tomar a ideia, como tentou tomar o programa anti-Aids.)

No Estadão de hoje, na pág. A6, o ministro Alexandre Padilha, da Saúde, informa: “Precisamos de uma regra que garanta investimentos crescentes” na saúde.

“ ... para que haja uma regra estável, permanente, para os governos dos estados, municípios e a União.”

Omo se sabe, quem tirou o remédio da boca das crianças e acabou com a CPMF foi um nobre conjunto de grandes brasileiros.

À frente, o Farol de Alexandria, que jamais se conformou com o sucesso do Nunca Dantes, e jogava e joga no quanto pior, melhor.

Na centro do ataque, Arthur Virgilio Cardoso, líder de FHC no Senado, que o povo do Amazonas resolveu premiar.

O povo do Ceará também premiou Tasso tenho jatinho porque posso pela atuação brilhante na CPMF.

Do lado da “sociedade civil”, Paulo Skaf, então presidente  da FIE P (**) foi o líder máximo.

Como se sabe, uma das virtudes da CPMF é combater o “caixa dois”, que, em São Paulo, é conhecido pelo codinome de “bahani”.

Esses foram os barões de Plutarco que tiraram o remédio da boca das crianças.

O Ministro Padilha saiu à frente da discussão sobre a volta de uma CPMF.

Parece, porém, que os governadores, como Cid Gomes, do Ceará, por exemplo, é que vão, antes da Dilma, defender uma CPMF.

Até onde este ansioso blogueiro – clique aqui para ler o que o Oráculo de Delfos acha dessa ansiedade, no post “Dilma vai fazer a Ley de Medios” – se informou, a idéia é  re-criar uma CPMF e aliviar a carga fiscal de outro lado.

Tira imposto de um lado e põe remédio na boca das crianças.

E carga fiscal não muda.

Assim, São Paulo, essa grande construção tucana, poderá construir leitos na Soweto.

Clique aqui para ler sobre a “sowetização de São Paulo”, que se agrava quando chove, como hoje.

(Está tudo alagado.)

(De tucano, só o bico consegue ficar acima d’água.)


Paulo Henrique Amorim


(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

(**) Este Conversa Afiada chama a FIESP de FIE P. Sem o “s”. É uma tentativa de identificar o verdadeiro propósito da campanha da FIE P contra a CPMF. Apagar o “S” de “$”.