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Não perca: Amorim pedala em cima do Estadão

publicado 25/04/2010
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Saiu no Estadão, pág. 22, entrevista de Roberto Simon com a pretensão de esmagar o chanceler Celso Amorim. 

(Como se sabe, em Brasilia, São Paulo e Genebra o Estadão construiu uma política externa brasileira própria.) 

Amorim pedalou. 

Sobre o fato de se filiar ao PT: 

“A maioria dos meus antecessores pertencia a partidos (FHC, por exemplo – PHA).” 

“Meu antecessor, Celso Lafer (o que tirou os sapatos – PHA), foi tesoureiro de campanha do PSDB”. 

“Quando houve greve de fome na Irlanda do Norte ninguém nos pediu para romper com a Grã Bretanha.” 

“Ausência de democracia é empecilho para os Estados Unidos... estabelecer relações com alguém ?” 

“Acho ingênuos os que acreditam em tudo o que o serviço de inteligência americano diz.”  

“O último relatório da AIEA sobre o Irã não traz fato novo. O que tem é o novo tom, pois mudou o diretor geral... não vejo o Irã perto de fazer uma bomba.” 

“... como é tão importante para um certo grupo da elite brasileira (leia-se Estadão – PHA) saber o que os outros (EUA – PHA) pensam...” 

“Eles (EUA) nunca abriram a boca para nos criticar por dar abrigo ao Zelaya (de Honduras). Só a mídia nacional e alguns políticos fizeram isso”. 

“O que você queria que eu fizesse ? Pegasse o Zelaya e botasse na rua?” 

“É espantoso que jornais que foram obrigados a publicar receita de bolo em suas páginas por casa da censura (o Estadão – PHA) de um governo militar achem justificável um golpe de Estado. Isso me espanta.” (*)  

E uma última pergunta em forma de casca de banana, para capturar uma manifestação de vaidade oculta: 

Simon – (quer dizer Estadão) – Recentemente, a revista Foreign Policy (olha aí o Estadão basbaque diante dos americanos – PHA) afirmou que o Sr. é o ‘Henry Kissinger brasileiro’. Como mo senhor vê essa (absurda, está implícito na pergunta – PHA) comparação ? 

- Amorim – Não tenho o brilhantismo do professor Kissinger. E ainda acho que sou um pouco mais idealista que ele. 

Paulo Henrique Amorim 

 

(*) Amorim comete um erro. A certa altura, de fato, o Estadão publicou receitas de bolo e poemas de Camões. Mas, o Estadão pregou a intervenção militar em 64, militou nas tropas golpistas com os bacamartes que guardou de 1932, e um determinado Mesquita levou ao primeiro presidente militar uma lista de ministros (paulistas, é claro). Depois, o Estadão apoiou o regime. Com bolo e com Camões.