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Gilmar deixa claro que vai fazer política. (Agora, num partido político)

publicado 15/04/2010
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Recentemente, este modesto escriba travou o seguinte diálogo com Justiniano, o Grande:

O que quer o Gilmar?, perguntei.
- É o que eu ia te perguntar, respondeu com humildade Justiniano, o Grande.
- Tenho precedência, retruquei.
- Você acha que o Gilmar se conformará à “ministerial insignificância”, como diz você?
- Sim, ele tem que se submeter à circunstância, de, daqui a pouco,  não ser mais Presidente do Supremo.
- Que ingenuidade, meu caro. Você acha que ele vai se permitir ficar lado a lado, como se fosse igual ao Barbosa, ao Ayres Britto, ao Lewandowsky?
- É a lei da vida, respondi, filosoficamente.
- Pode ser da vida, mas não é do Supremo.
- Como assim?
- Depois do Rezek, do Jobim, do Pertence e da Ellen Gracie, o Supremo deixou de ser o ponto mais alto de uma carreira brilhante.
- Passou a ser o que?
- Passou a ser uma etapa.
- Um ítem do currículo vitae.
- Exatamente. Você chegou lá rápido, disse Justiniano I, o Grande.
- O que tem o Pertence a ver com isso?
- Lamentável, meu caro. Lamentável. Saiu correndo do Supremo para dar parecer a dono de cartório. Dono de cartório!



Justiniano, como registra Gibbon, esteve mais certo do que errado.

Gilmar Dantas (*) se aproxima da ministerial insignificância com uma programação de celebridade.

Vai à GloboNews com o Alexandre Maluf Garcia (quem sabe irá ao Datena ?).


Pretende se submeter a entrevista de internautas ao vivo – clique aqui  para ver que os internautas já postaram no Youtube interessantes perguntas sobre a relação dEle com o passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.

Foi ao Senado a convite de Demóstenes Torres e Kátia Abreu,  o que não podia ser mais honroso.

O ápice desse percurso estelar será provavelmente a entrevista que concedeu ao Estadão da província de S. P., - clique aqui para ler a integra (inútil) -, que é uma espécie de house organ do Supremo Presidente do Supremo enquanto foi Presidente Supremo.

A entrevista, em si, é um fenômeno da Física de construção do super-vácuo.

Ele repete os disparates de sempre: o ínclito delegado Protógenes ia dar um Golpe Policial e ele salvou a Democracia Brasileira; o corajoso juiz Fausto de Sanctis (que prendeu o Daniel Dantas duas vezes) queria desmoralizá-lo; que o grampo tem áudio; que acabar com algemas foi ótimo (mesmo que só pobre use), e por aí foi.

O Estadão não se aprofunda na decisão que marca a História do Judiciário Brasileiro: aqueles dois HCs em 48 horas concedidos a um passador de bola apanhado no ato de passar bola, o chamado “HC Canguru”, na opinião de respeitados membros do Ministério Público.

Não, isso não chega a ser relevante.

(Clique aqui para ver que internautas já fazem perguntas sobre Dantas para a entrevista que Gilmar Dantas (*) dará amanhã no Youtube )

O interessante é que a certa altura os “interrogadores” implacáveis do Estadão perguntam:

“O senhor já disse que deve deixar a Corte em dois anos ... E a carreira política ?”

Resposta:

“Cada coisa no seu tempo.”

Corri a falar ao Justiniano I, o Grande.

O que significa isso, Imperador ?

- Ele não fica na Corte. Mas, Ele vai esperar a eleição.

- Por quê ?

- Para ver se o Serra ganha, chama ele para Ministro, e indica o José Carlos Dias para o lugar dEle no Supremo.

- Mas, a Dilma vai ganhar no primeiro turno.

- Aí, ele cai fora.

- Ele não vai aguentar a “ministerial insignificância”, ponderei.

- Não há a menor hipótese.

- E Ele vai para qual partido ?

- Para o DEMO, é claro. É onde estão os amigos mais diletos.

- Mas, Ele também vai querer advogar.

- Sim, claro. Talvez o Ives Gandra o convide para sócio.

- Faz sentido.

- Claro como o sol, sentenciou o Imperador.

Paulo Henrique Amorim

(*)Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele.  E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista