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Xenefobia no Globo aumenta 600%

Qual o valor da xenofobia de O Globo?
publicado 15/10/2015
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No GGN, de Luis Nassif:


Aumenta em 600% a xenofobia do jornal O Globo

 

O drama dos refugiados conquistou a consciência nacional. A cena do menino sírio morto na praia permitiu aos jornais e emissoras faturar uma boa audiência. E parecia que, pela primeira vez, havia se rompido a crosta de intolerância dos grupos de mídia.

Mas não tem jeito.

Hoje, em O Globo, com direito a chamada de capa, a tonitruante revelação de que aumentou em 600% o número de famílias sírias atendidas pelo Bolsa Família: pularam de 23 em 2014 para 163 famílias atualmente. Se tivesse estendido a comparação para 2013, a manchete poderia ser mais impactante: o número de famílias sírias atendidas pelo Bolsa Família teve crescimento infinito.

Se quisesse sofisticar mais a conta, a repórter poderia dizer que o percentual de famílias sírias no BF saltou de 0,00% para 0,00%. Como os leitores poderiam não notar a diferença, tentemos com um zero a mais depois da vírgula. Saberiam, então, que o percentual saltou de 0,000% para 0,001%. Com mais um zero, haveria maior precisão: de 0,0002% para 0,0012%.

O valor máximo do Bolsa Família é de R$ 175,00 por mês. O valor da xenofobia de O Globo é de 175 x 163 = 28.525,00.

Até agora, cerca de 3 milhões de internautas repercutiram a matéria de O Globo. Para esses leitores, um bando de sírios gananciosos está vindo para o Brasil atrás da fortuna de R$ 175,00 por mês, bancadas por “nosso rico dinheirinho”.

Os Nader, Abdalla, Maluf, Aschar, Racy, Sckair, Constantino, que chegaram no início do século 20, fugindo da guerra e da fome agradecem a defesa intransigente do jornal contra esses sírios mortos de fome.




Do O Globo

Cresce número de refugiados sírios inscritos no Bolsa Família
 
Em meio a conflito civil, número de beneficiados é 600% maior do que em dezembro de 2014
 
BRASÍLIA — O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do governo federal, atende 163 famílias com ao menos um sírio no Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o número de beneficiados é cerca de 600% maior do que as 23 famílias que eram atendidas atendidas pelo programa em dezembro de 2014. O conflito na Síria levou milhares a buscarem refúgio em diversos países do mundo. Só no Brasil, são mais de dois mil refugiados sírios.

O MDS não sabe dizer o número de sírios beneficiados, mas sim de famílias com ao menos uma pessoa daquela nacionalidade. A pasta também não faz recorte sobre a condição de refugiado. No total, há 15.707 famílias com ao menos um estrangeiro recebendo Bolsa Família, equivalente a 0,11% em relação ao total. Entre os estrangeiros, cerca de 1% são sírios.

Segundo nota do ministério, a inclusão de estrangeiros no Bolsa Família sempre foi possível, desde que atendam aos critérios do programa: famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 77, com ou sem crianças; e renda mensal por pessoa entre R$ 77,01 e R$ 154, com crianças e adolescentes na sua composição. Segundo o ministério, o valor médio recebido pelas famílias sírias é de R$ 164,86 — o mesmo pago às demais famílias do programa federal.
 
Em dezembro, O GLOBO mostrou que imigrantes que chegaram em São Paulo estavam sendo registrados no cadastro único do governo para poder receber o Bolsa Família. O benefício só é pago para quem tem baixíssima renda declarada. Na lista dos inscritos estavam haitianos, africanos e bolivianos. O cadastramento foi feito no Centro de Referência e Acolhida para o Imigrante de São Paulo.
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