PIG

Você está aqui: Página Inicial / PIG / 2013 / 03 / 25 / Azenha teme pela segurança do Edu

Azenha teme pela segurança do Edu

Ele é “inimigo” da Pátria? Alguém a ser eliminado?
publicado 25/03/2013
Comments

 

Saiu no Blog do Azenha:

Temendo pela segurança de Eduardo Guimarães, o apátrida


por Luiz Carlos Azenha

Cláudio Marques era jornalista. Escrevia num jornal de grande circulação em São Paulo, durante a ditadura militar. Era o Shopping News. Jornal gratuito, mas que muita gente lia aos domingos. Cláudio Marques publicou uma série de notas sobre comunismo na TV Cultura de São Paulo. Não sei se chegou a citar o nome de Vladimir Herzog. Sei, de ter lido, que uma delas dizia respeito à guerra do Vietnã. Cláudio aparentemente acreditava que a cobertura da Cultura era antiamericana. Vladimir Herzog acabou preso e executado.

Eu, em geral, não ligo para aquelas correntes espalhadas pela internet. Prefiro atribuí-las a psicopatas. Porém, recentemente, uma em particular me chamou a atenção:

“Os soldados do passado deram a sua vida pelo Brasil, honrando o seu juramento; os do presente jamais permitirão que seja denegrida a imagem do soldado de todos os tempos. O Exército é uno e indivisível

ESSES INDIVÍDUOS NÃO SÃO PATRIOTAS, SÃO APÁTRIDAS E SÓ FAZEM MUITO BARULHO! NA HORA DO PEGAR PRA CAPAR, VÃO FAZER IGUAIS OS BANDIDOS DO MORRO DO ALEMÃO: DEBANDAR!. AH! O ZÉ DIRCEU NOS ANOS 60 TAMBÉM FUGIU PRA CUBA.

“MEXEU COM LULA, MEXEU COMIGO!”

Depois de 25 seguidores condenados e indo para a cadeia por Corrupção, eis que está sendo divulgada a lista daqueles que apoiam tudo isso e mais um pouco:

Parte dos que tem obrigação de defender os corruptos. São pagos para isso através de seus altos cargos no primeiro escalãO.

Seguem os nomes divulgados por Augusto Nunes da VEJA:

Confira a edição revista, aperfeiçoada e ampliada da lista dos que acham que mexer com o chefe supremo é mexer com eles.


Segue a famosa lista publicada pelo blogueiro Augusto Nunes, de Veja. Estou certo de que a intenção original dele era uma brincadeira bem humorada, ainda que você não ache graça nisso.

Não conheço o Augusto Nunes pessoalmente. No meio jornalístico não temos inimigos, mas adversários ideológicos. Pelo menos assim penso eu.

Porém, ao parir a lista, Augusto Nunes pariu um monstro que pode escapar a seu controle.

O Tarso Genro, o Abílio Diniz e o Luiz Carlos Bresser Pereira, citados na lista, têm meios de se defender. Física e, se for o caso, legalmente.

Apoiar um governo, por pior que ele seja, não é crime, a não ser que consideremos Lula/Dilma a encarnação de Hitler.

Mas lá no meio da lista está o nome de um simples blogueiro, Eduardo Guimarães, que não tem meios nem de garantir a sobrevivência da própria filha adoentada.

Espero que a Vitória não tenha lido a lista. Se leu, espero que não tenha entendido. Ou que sua condição física não se deteriore em função de saber que o pai faz parte de uma lista de “apátridas”. Fico preocupado com a interpretação que a esposa e as filhas do Eduardo deram à lista.

Ele é “inimigo” da Pátria? Alguém a ser eliminado?

Sei que o Eduardo, como vendedor de autopeças, não tem condições de pagar um segurança.

Anders Breivik, o matador de Oslo, como se viu no testemunho dele durante o julgamento, agiu acreditando piamente que estava fazendo justiça contra 69 jovens que achava serem perigosos esquerdistas do Partido Trabalhista da Noruega.

Há muitos psicopatas soltos por aí.

A internet é um meio poderosíssimo, capaz de incentivar as maiores loucuras. Há centenas de casos que eu poderia citar como exemplo, além da viagem psicótica do Breivik.

O que fiz? Em primeiro lugar, alertei o próprio Eduardo.

Em segundo lugar, acho que em nome da decência jornalística o Augusto Nunes deveria deixar explícito, em sua coluna, que aqueles apoiadores de Lula podem ser adversários políticos a combater, mas nunca inimigos a serem eliminados.

Eu não gosto de listas. Goebbels certamente tinha a sua. Beria também. Minha família sofreu tortura psicológica durante mais de 10 anos quando o nome de meu pai, comunista, foi incluída numa lista escrita por um delegado de policia que era desafeto pessoal dele. Essa tortura deixou sequelas permanentes.

Os autores, portanto, não podem se eximir de responsabilidade quando as listas que compõem e divulgam têm o potencial de deflagrar uma caça às bruxas, bem no estilo macartista.

Fica o alerta.